A "Porta do Soar", também conhecida por "Arco dos Melos" e ainda como "Porta de São Francisco", é uma das duas das sete que constituiam a cerca da cidade que ficou para sempre incompleta pois nunca teve ameias, cujos trabalhos foram iniciados muitos anos antes e terminaram em 1472, já no reinado de D. Afonso V. Desta muralha apenas restam duas portas, as outras cinco foram mandadas demolir em 1844, pela câmara municipal, com o argumento de permitir o crescimento da urbe. A outra sobrevivente é a "Porta dos Cavaleiros", na Rua do Arco.
A "Porta do Soar", assim chamada porque era aí que soavam as cornetas para anunciar o encerramento das portas, possui um arco ogival, dois nichos, um exterior em honra de S. Francisco de Bórgia e outro interior com uma imagem de Santo António. A arcada é encimada com as "armas de D. João IV" colocadas sobre uma pedra com um letreiro que confirma a consagração do reino de Portugal a Nossa Senhora da Conceição, ali colocada em 1646 e uma outra, hoje ilegível:
D. Afonso Quinto Rey de Portugal
e dos Algarves daquem e dalem mar
em Africa mandou cercar esta nobre ci-
dade de Viseu assi por nobreza
e defensam della com prol comum
de seus Reynos......
1472
A porta está encostada à antiga Casa do Conde de Santa Eulália, também conhecida por "Palácio dos Melos" que pertenceu a António Augusto de Mello e Castro Abreu, 1º Visconde Santa Eulália, que no ano de 1862 recebeu o título de Visconde, outorgado pelo Rei D. Luís, passando a ser Conde em 1870, por decisão do mesmo monarca. António Castro Abreu, faleceu em 24 de Setembro de 1886, sem deixar descendência, exerceu as funções de Governador Civil da Guarda, de Viseu e de Leiria, entre os anos de 1839 e 1847, foi deputado às cortes nas legislaturas de 1848-1851, 1853-1856, 1857-1858 e 1858-1859.
O palecete esteve décadas a degradar-se mas recentemente foi recuperado e transformado numa unidade hoteleira de grande qualidade.