Viseu – Foi, na época romana, capital de civitas (mais do que provavelmente, dos Interamnienses). As dúvidas que, durante muito tempo, subsistiram quanto à ocupação proto-histórica do sítio e quanto ao seu nome acham-se hoje resolvidas. Os vestígios proto-históricos encontrados em escavações recentes provam que o lugar foi ocupado na Idade do Ferro. Uma inscrição votiva achada em 2009 revelou o nome, Vissaium * – o qual, através da forma Veseo, atestada pelo Parochial Suevum, deu origem ao actual Viseu. (…)
A cidade foi sede episcopal na época suévica e a cabeceira da basílica paleocristã foi recuperada em escavações no largo de D. Duarte. Cunhou moeda na época visigótica. A famosa Cava de Viriato, que durante muito tempo passou por acampamento da época romana republicana está hoje confirmado como acampamento do séc. IX, ou mais provavelmente, do X, de inspiração muçulmana. Pode discutir-se se foi construída pelo famoso Almançor, que, em 997, partiu daqui para o ataque a Santiago de Compostela, ou por Ramiro II, que teve residência em Viseu entre 996 e 931, antes de ser aclamado rei de Leão. No interior da Cava, a fotografia aérea revelou, porém, o que parece ter sido um acampamento romano de época republicana. Viseu, reconquistada por em 1058 por Fernando Magno, voltou a recuperar importância no tempo dos condes D. Henrique e D. Teresa, e a tese de que aqui nasceu D. Afonso Henriques, sustentada por Almeida Fernandes, tem hoje muitos seguidores. (PEDRO e VAZ 1995; VAZ e CARVALHO 2009; CARVALHO e FERNANDES 2009.[J.A.]
Extraído do verbete relativo a “Viseu”, no “Dicionário de Arqueologia Portuguesa” – Coordenação geral de Jorge de Alarcão e Mário Barroca, Editora Figueirinhas, Porto