EDITORIAL
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio
Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.
20070430
Azulejos de Viseu
O Viseense João de Barros
João de Barros no Parque Aquilino Ribeiro - escultor Armindo (Viseu) Ribeiro
O erudito João de Barros, modelo dos historiadores, insigne geographo e auctor das “Decadas da Asia”, que lhe grangearam o título de Tito Livio Portuguez, nasceu na muito nobre e antiga cidade de Vizeu, no anno de 1496 e falleceu na quinta de S. Lourenço, na ribeira de Litem, a 10 kilometros da villa de Pombal, em 20 de Outubro de 1570.
Nenhum outro escriptor do seu seculo enriqueceu tanto como elle a prosodia lusitana, enobrecendo, simultaneamente, a patria com a notícia dos seus feitos arrojados e heroicos, na India.
Mandado doutorar por D. Manuel, exerceu lugares distinctissimos e lucrativos, durante não só o reinado d’este monarcha mas ainda nos de D. João III e D. Sebastião, havendo-se sempre com reconhecida intelligencia, criterio, honradez e probidade.
Além das “Decadas”, que lhe perpetuaram a gloria e a fama, escreveu a história fabulosa do Imperador Clarimundo, onde aos amadores da antiga novella de cavallaria presta amabilissima distracção; a Rhopica Pneuma (mercadoria espiritual) e o Dialogo da viciosa vergonha, que são de bastante interesse para os moralistas; Grammatica da Lingua Portugueza e Cartinha para aprender a lêr, onde os philologos encontram o variado engenho de tão eminente escriptor.
Os ossos de João de Barros acham-se na capella-môr da egreja parochial d’Alcobaça, para onde foram trasladados em 1610, por ordem de D. João de Athayde.
O seu retrato encontra-se no Vaticano, junto ao de Ptolomeu, onde o mandara collocar o Papa Leão IV e a mesma honra lhe dispensaram os venezianos, dando-lhe lugar no meio dos varões mais conspicuos em litteratura.
João de Barros é conhecido e respeitado por um dos primeiros mestres da linguagem portugueza e um dos mais insignes historiadores do universo.
Porto.
JULIA D´ALMEIDA BAHIA
In, “Album de Vizeu” - Ilustrado com os retratos de - Viriato, João de Barros, D. Duarte, João Mendes, Bispo de Vizeu e estampas da cidade – cava de Viriato, Abravezes, S. Francisco d’Orgens, Praça dois de Maio, Sé, etc.
Almanaque com textos de diversas colaboradoras e colaboradores, à volta de Viseu, de viseenses ilustres e ainda pequenos contos, prosas e versos de motivos vários (recolha e organização de Camillo Castelo Branco ?).
Typographia Universal, Rua do Almada, 347, Porto - 1884
Contemporâneo de João de Barros
20070429
20070428
20.000 Bem-Hajam
Castanheiro-da-índia, Aesculus hippocastunus L.
"Na semente do castanheira-da-índia encontram-se substâncias que funcionam como um tonificante para os vasos sangüíneos distantes do coração – as veias dos pés, por exemplo. A principal delas tem um nome estranho: escina. "Vários estudos já confirmaram a ação da castanha-da-índia no tratamento de varizes e hemorróidas", revela a pesquisadora Maria das Graças Lins Brandão, da Universidade Federal de Minas Gerais. (...)
Ler e saber mais em [Abril.com - ligação]
P.S. - As castanhas podem ser usadas em gavetas e cómodas para afastar as traças.
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Publicidade Gratuita
Publicidade à conta do nosso herói - "Viriato" que foi morto por três traidores enquanto dormia.
Veja o quadro " A Morte de Viriato" de Jose de Madrazo y Agudo - [Museu do Prado - Ligação]
O "Lago da Cava"
Já lhe mataram o companheiro! Mas ela continua a viver na Cava de Viriato, a conviver com a poluição e o lixo.
Na verdade não se trata de um lago mas sim um vestígio do fosso que rodeava a fortaleza.
Saiba mais sobre o fosso da Cava de Viriato um Monumento Nacional que tem sido desconsiderado e mesmo desprezado.
20070427
Solar dos Condes de Prime
"Solar dos Condes de Prime", na Rua dos Andrades foi mandado fazer por José Teixeira de Carvalho, veio a pertencer por aliança aos Condes de Prime. A fachada tem dois portais brasonados e uma capela dedicada a Santo António, erigida por José Teixeira de Carvalho em 1748, possui um retábulo joanino de talha dourada, o tecto pintado "de perspectiva" e as paredes revestidas de painéis de azulejos, com cenas da vida do santo. Património Municipal, o solar é hoje ocupado parcialmente pelo Conservatório Regional de Música de Viseu, Dr. Azeredo Perdigão e pelo Posto de Informação do Programa " ViseuPolis ". "
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Local:
Viseu, Portugal
"MICROBIA"
Visite "MICROBIA" a página de dois amigos holandeses, os jovens realizadores Floris Kaayk e Sil van der Woerd. Deste último já aqui editei dois excelentes trabalhos.
Jovem Guerreiro Lusitano
"139 a.C. - O Procônsul Servílio Cepião, com a autorização de Roma, ataca os Lusitanos e ordena o assassinato de Viriato que é morto, aos 41 ou 42 anos, na sua tenda durante a noite, enquanto dormia. Roma, a superpotência da época, orgulhosa da sua cultura e civilização, decidiu terminar assim, de forma cobarde, vergonhosa e desonrosa, com a resistência Lusitana. Porém, essa resistência iria continuar bastante activa, embora com menos baixas romanas, até meados do século seguinte." (...)
Leia e saiba muito mais em "Nave Lusitânia"
Leia e saiba muito mais em "Nave Lusitânia"
20070426
Sabugueiro - Sambucus nigra L.
Acreditava-se que cortar um sabugueiro dava azar e usava-se para manter as bruxas afastadas.
Na medicina tradicional a flor deste bonito arbusto ou pequena árvore (2 a 4 metros) que se encontra em locais húmidos e nas margens de rios e ribeiros servia para tratar muitas maleitas mas em especial para o reumatismo, pneumonias, gripes, doenças de garganta e para irrigações vaginais.
Saiba mais sobre este tema [A Flor do Sabugueiro - Ligação]
Boas-noites
Boas-noites - Vinca minor L.
Veja aqui boas-noites, outras flores e muitas das belezas naturais de Montemor-o-Novo.
20070425
Bancos de granito na Cava de Viriato
Passou mais de um ano e os responsáveis pela manutenção da Cava de Viriato ainda não tiveram tempo (ou euros) para reparar estes actos de vandalismo.
Confirme que não estou a exagerar. A Dulce concordou e disse-me que era uma vergonha!
Confirme que não estou a exagerar. A Dulce concordou e disse-me que era uma vergonha!
A Guerra Colonial - O Aerograma
Con-quelifá 7/5/73, Fronteira do Leste - Guiné
Recebi muitos amarelos e escrevi muitos azuis. Graças ao 25 de Abril que terminou com uma guerra fratricida não precisei de escrever sobre os amarelos que eram gratuitos. Os azuis eram vendidos pelas senhoras do Movimento Nacional Feminino a um preço simbólico...
Veja aqui a história destes "Inteiros Postais" - [Eduardo e Luís Barreiros - Ligação]
Efeitos do 25 de Abril
Uxu Kalhus - "Erva Cidreira"
Apreciar as nossas coisas, um gosto recuperado graças ao 25 de Abril e infelizmente meio esquecido!
Mais uma vez o Viriato
Monumento a Viriato de Mariano Benliure - 1940
Conta-nos a tradição de muitos seculos, e ainda a historia, que, um dia, o Senado de Roma viu entravada a roda do seu carro triumphante nos Comoros escarpados dos Herminios, que um simples pastor guardava.
Esse pastor obscuro mas livre com as auras que lhe açoutavam os compridos cabellos da côr do ebano, e lhe refrigeravam a fronte angulosa e tisnada dos sóes das serranias, chamava-se Viriato.
Creâra-se alli, - na serra-, ao som das buzinas pegureiras chamando os rebanhos a seus redis, e do zumbir das pedras dos fundibulários, arremeçados com mão certeira sobre as turmas inimigas.
Seus avós foram os guerreiros de Tesino, e de Trébia, - os leões de Trasimeno, - e os heróes de Cannas.
Amavam todos a liberdade com um ardor selvagem… mais ainda do que a Endovellico de que lhes fallava o druida entre as paredes dos carns.
Uma noute, quando o herculeo pastor descançava em estreita cabana, - construída de troncos d’arvores e de mirrada folhagem, -ouviu-se perto, - no valle, - um rumor de homens que se abeiravam da serra, e logo um tinir d’armas, e um relinchar de corceis.
Eram os romanos, que vinham tomar de surpreza como miseros bandoleiros, o baluarte inexpugnavel que a natureza havia architectado para berço dos Apimanos, dos Canteros, Cezariões e Viriatos.
E á voz imperiosa de Sérvio Galba, os soldados da republica cahem de chofre sobre os desprecavidos pastores, - porque ao traiçoeiro capitão faltavam ainda umas manchas de sangue a collorirem-lhe a sua historia d’aleivosias. (…)
Mais tarde quando o colloso do Tibre já tinha assignado um tratado por onde reconhecia a independencia dos lusitanos, - um general cobarde – Quinto Scipião, - seduziu dous degenerados pésures, que assassinaram o caudillo.
Quando a cabeça de Viriato rolou no chão, subvertia-se n’esse momento a obra da autonomia dos lusitanos, que elle começava a erigir sobre os rochedos da sua serra, e por cima das ossadas das aguias de Negidio, que eram irmãs dos abutres de Servio Galba.
Vizeu.
OLIVEIRA MASCARENHAS
In, “Album de Viseu” - Ilustrado com os retratos de - Viriato, João de Barros, D. Duarte, João Mendes, Bispo de Viseu e estampas da cidade – cava de Viriato, Abravezes, S. Francisco d’Orgens, Praça dois de Maio, Sé, etc.
Textos de diversos colaboradoras e colaboradores, à volta de Viseu, de viseenses ilustres e ainda pequenos contos, prosas e versos de motivos vários ( Organizados por Camillo Castelo Branco ?).
Typographia Universal, Rua do Almada, 347, Porto - 1884
Esse pastor obscuro mas livre com as auras que lhe açoutavam os compridos cabellos da côr do ebano, e lhe refrigeravam a fronte angulosa e tisnada dos sóes das serranias, chamava-se Viriato.
Creâra-se alli, - na serra-, ao som das buzinas pegureiras chamando os rebanhos a seus redis, e do zumbir das pedras dos fundibulários, arremeçados com mão certeira sobre as turmas inimigas.
Seus avós foram os guerreiros de Tesino, e de Trébia, - os leões de Trasimeno, - e os heróes de Cannas.
Amavam todos a liberdade com um ardor selvagem… mais ainda do que a Endovellico de que lhes fallava o druida entre as paredes dos carns.
Uma noute, quando o herculeo pastor descançava em estreita cabana, - construída de troncos d’arvores e de mirrada folhagem, -ouviu-se perto, - no valle, - um rumor de homens que se abeiravam da serra, e logo um tinir d’armas, e um relinchar de corceis.
Eram os romanos, que vinham tomar de surpreza como miseros bandoleiros, o baluarte inexpugnavel que a natureza havia architectado para berço dos Apimanos, dos Canteros, Cezariões e Viriatos.
E á voz imperiosa de Sérvio Galba, os soldados da republica cahem de chofre sobre os desprecavidos pastores, - porque ao traiçoeiro capitão faltavam ainda umas manchas de sangue a collorirem-lhe a sua historia d’aleivosias. (…)
Mais tarde quando o colloso do Tibre já tinha assignado um tratado por onde reconhecia a independencia dos lusitanos, - um general cobarde – Quinto Scipião, - seduziu dous degenerados pésures, que assassinaram o caudillo.
Quando a cabeça de Viriato rolou no chão, subvertia-se n’esse momento a obra da autonomia dos lusitanos, que elle começava a erigir sobre os rochedos da sua serra, e por cima das ossadas das aguias de Negidio, que eram irmãs dos abutres de Servio Galba.
Vizeu.
OLIVEIRA MASCARENHAS
In, “Album de Viseu” - Ilustrado com os retratos de - Viriato, João de Barros, D. Duarte, João Mendes, Bispo de Viseu e estampas da cidade – cava de Viriato, Abravezes, S. Francisco d’Orgens, Praça dois de Maio, Sé, etc.
Textos de diversos colaboradoras e colaboradores, à volta de Viseu, de viseenses ilustres e ainda pequenos contos, prosas e versos de motivos vários ( Organizados por Camillo Castelo Branco ?).
Typographia Universal, Rua do Almada, 347, Porto - 1884
20070424
SENHAS DO 25 ABRIL DE 1974
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"A 1ª senha, para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas, foi dada por João Paulo Dinis aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa:
«Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74, E Depois do Adeus ...»." (...)
Ver e ouvir mais em João Gil [ligação]
Viriato
"Chefe militar lusitano do século II a. C. Tendo-se primeiro dedicado à pastorícia, como era comum para os homens do seu povo, veio a assumir a chefia dos Lusitanos contra o exército romano invasor, vencendo-o por sucessivas vezes. Ao fim de oito anos (147-139 a. C.) de resistência bem sucedida, Viriato morreu assassinado por traidores, que se venderam a troco de recompensa." (...)
No óptimo "O Império Romano" [Ligação]
20070423
19.000 - O Meu Bem-Hajam!
Clique sobre a foto para ver melhor
(...)
"Onde o cheiro da esteva sobre a vila/o trigo para o campo do olhar/as estrelas abertas pelo céu?/Ponho os pés sobre as folhas no asfalto/espero por dezembro mês para morrer/evoco a luz discreta das doenças de outrora" (...)
Ruy Belo - Ler o poema [Ligação]
Ecopista - "O Advogado do Diabo!"
Sim parece que infelizmente tenho que fazer esse ingrato papel...veja parte do muito que ainda falta fazer. Atrasos justificáveis como de costume!
Conheça o Regulamento!
O Rio Pavia na Azenha
Quem pretender aceder à Ecopista inaugurada ontem e seguir o antigo caminho através da velha ponte, dita erradamente romana, deverá prevenir-se pois o Rio Pavia tresanda devido às obras do programa Polis. Por quanto tempo mais?
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Dia Mundial do Livro
É bem acertada a nota constante da contracapa – “Embora se trate de uma edição crítica, vocacionada para estudiosos universitários, este livro será certamente também do agrado do público em geral, já que pode ser lido por pura recreação.” Confirmo! já me diverti e continuarei a divertir com a leitura deste pequeno volume de 151 páginas, edição bilingue – português e grego.
No Prefácio é apresentado o autor: Luciano, mais conhecido por Luciano de Samóstata, nome da capital do antigo reino de Comagena, no norte da Síria e na margem direita do rio Eufrates, de onde Luciano era natural , é feita uma pequena resenha da sua vida e da importância da sua obra.
Da sua biografia sabe-se muito pouco e foi reconstituída a partir de dados e pistas existentes nos seus livros. Mas onde acaba a ficção e começa a realidade ? Ele próprio dizia que nos seus escritos a mentira era algo de muito corriqueiro! Terá escrito cerca de 80 obras e mesmo um relato de uma fantástica viagem à Lua (“História Verdadeira”) e previu a existência de vida extraterrestre. Nasceu pobre, terá vivido entre os anos de 125 e 185, foi aprendiz de escultor, na oficina de um tio, um excelente escultor, mas rapidamente mudou de rumo e foi estudar retórica chegando mesmo a exercer a profissão de advogado.
Viajou muito pela Ásia Menor, Grécia, Roma e Gália. Tinha uma larga erudição pois fez muitas referências a grandes filósofos, como Platão, Heráclito e Aristóteles; grandes poetas, como Homero e Hesíodo; e principalmente historiadores, como Heródoto, Xenofonte e Tucídides. O seu maior período de actividade literária coincidiu com o governo de Marco Aurélio, entre 161 e 180. Na velhice aceitou, por motivos económicos, um lugar na Administração Imperial do Egipto. Foi fonte de inspiração para autores com Erasmo, Thomas More, Rabelais, Voltaire, Montesquieu, Cervantes e Machado de Assis.
A história contada neste livro é a de um homem que por magia se vê transformado em burro, mantendo todas as suas capacidades e das vicissitudes porque passa até finalmente recuperar a forma humana.
Tudo aconteceu deste modo: Lúcio foi a Tessália para fazer um negócio a mando do pai, passou pela cidade de Hípata e hospedou-se em casa de um conhecido, Hiparco, que tinha fama de avarento, uma bela esposa e uma criada bem jeitosa. Chegou apresentou-se, foi recebido e algum tempo depois estava bem aboletado e a papar a criada - “a muito viva e engraçada Palestra”. Mas Lúcio estava muito interessado em apreciar os poderes da patroa que tinha fama de feiticeira e lasciva. Depois de algumas noites de assanhada luta amorosa com a moça (palestra = luta) chegou, finalmente, a oportunidade de espreitar a senhora. Lúcio e Palestra assistiram à assombrosa transformação da mulher em coruja, para voar e ir juntar-se ao seu amante, enquanto o marido dormia.
Entusiasmado Lúcio rogou à moça que o ajudasse a experimentar a magia que vira. A coisa resultou mal. A jovem confundiu a caixa que guardava o produto mágico e Lúcio viu-se transformado em burro. Palestra desculpou-se e disse ao seu querido que tivesse paciência que logo pela manhã tudo se resolveria. Bastava comer algumas pétalas de rosa para desfazer o encantamento. Lúcio ficou convencido e foi para o curral onde sabia estar o seu cavalo e um outro burro.
Por azar nessa mesma noite, a casa foi assaltada, os seus moradores amarrados e a casa totalmente esvaziada. O burro – Lúcio, também foi roubado e excessivamente carregado com o produto do roubo. Só depois de muitas vergastadas, mudanças de dono, variadas peripécias e muito gozo sexual, o burro que estava a ser exibido no Anfiteatro para cobrir uma mulher, pode deitar a boca a umas rosas e devorá-las. Então todos ficaram estupefactos ao ver que “o envelope exterior da besta” desapareceu e Lúcio ficou nu e em risco de ser lançado de imediato na fogueira. Por fim safou-se graças ao governador que o reconheceu como filho de amigos e o levou consigo. Antes de regressar à casa paterna ainda foi visitar uma mulher que se apaixonara por ele, enquanto vivia sob a forma de burro. Foi muito bem recebido, todavia como o seu instrumento, em tamanho, ficava aquém do da besta, foi rapidamente rejeitado e expulso para a rua todo nu...
“Eu, Lúcio memórias de um burro” – Luciano
Prefácio, tradução e notas de Custódio Magejo – Prof. da Faculdade de Letras de Lisboa
Colecção Clássicos Inquérito, Editorial Inquérito, Lda., Lisboa 1992
No Prefácio é apresentado o autor: Luciano, mais conhecido por Luciano de Samóstata, nome da capital do antigo reino de Comagena, no norte da Síria e na margem direita do rio Eufrates, de onde Luciano era natural , é feita uma pequena resenha da sua vida e da importância da sua obra.
Da sua biografia sabe-se muito pouco e foi reconstituída a partir de dados e pistas existentes nos seus livros. Mas onde acaba a ficção e começa a realidade ? Ele próprio dizia que nos seus escritos a mentira era algo de muito corriqueiro! Terá escrito cerca de 80 obras e mesmo um relato de uma fantástica viagem à Lua (“História Verdadeira”) e previu a existência de vida extraterrestre. Nasceu pobre, terá vivido entre os anos de 125 e 185, foi aprendiz de escultor, na oficina de um tio, um excelente escultor, mas rapidamente mudou de rumo e foi estudar retórica chegando mesmo a exercer a profissão de advogado.
Viajou muito pela Ásia Menor, Grécia, Roma e Gália. Tinha uma larga erudição pois fez muitas referências a grandes filósofos, como Platão, Heráclito e Aristóteles; grandes poetas, como Homero e Hesíodo; e principalmente historiadores, como Heródoto, Xenofonte e Tucídides. O seu maior período de actividade literária coincidiu com o governo de Marco Aurélio, entre 161 e 180. Na velhice aceitou, por motivos económicos, um lugar na Administração Imperial do Egipto. Foi fonte de inspiração para autores com Erasmo, Thomas More, Rabelais, Voltaire, Montesquieu, Cervantes e Machado de Assis.
A história contada neste livro é a de um homem que por magia se vê transformado em burro, mantendo todas as suas capacidades e das vicissitudes porque passa até finalmente recuperar a forma humana.
Tudo aconteceu deste modo: Lúcio foi a Tessália para fazer um negócio a mando do pai, passou pela cidade de Hípata e hospedou-se em casa de um conhecido, Hiparco, que tinha fama de avarento, uma bela esposa e uma criada bem jeitosa. Chegou apresentou-se, foi recebido e algum tempo depois estava bem aboletado e a papar a criada - “a muito viva e engraçada Palestra”. Mas Lúcio estava muito interessado em apreciar os poderes da patroa que tinha fama de feiticeira e lasciva. Depois de algumas noites de assanhada luta amorosa com a moça (palestra = luta) chegou, finalmente, a oportunidade de espreitar a senhora. Lúcio e Palestra assistiram à assombrosa transformação da mulher em coruja, para voar e ir juntar-se ao seu amante, enquanto o marido dormia.
Entusiasmado Lúcio rogou à moça que o ajudasse a experimentar a magia que vira. A coisa resultou mal. A jovem confundiu a caixa que guardava o produto mágico e Lúcio viu-se transformado em burro. Palestra desculpou-se e disse ao seu querido que tivesse paciência que logo pela manhã tudo se resolveria. Bastava comer algumas pétalas de rosa para desfazer o encantamento. Lúcio ficou convencido e foi para o curral onde sabia estar o seu cavalo e um outro burro.
Por azar nessa mesma noite, a casa foi assaltada, os seus moradores amarrados e a casa totalmente esvaziada. O burro – Lúcio, também foi roubado e excessivamente carregado com o produto do roubo. Só depois de muitas vergastadas, mudanças de dono, variadas peripécias e muito gozo sexual, o burro que estava a ser exibido no Anfiteatro para cobrir uma mulher, pode deitar a boca a umas rosas e devorá-las. Então todos ficaram estupefactos ao ver que “o envelope exterior da besta” desapareceu e Lúcio ficou nu e em risco de ser lançado de imediato na fogueira. Por fim safou-se graças ao governador que o reconheceu como filho de amigos e o levou consigo. Antes de regressar à casa paterna ainda foi visitar uma mulher que se apaixonara por ele, enquanto vivia sob a forma de burro. Foi muito bem recebido, todavia como o seu instrumento, em tamanho, ficava aquém do da besta, foi rapidamente rejeitado e expulso para a rua todo nu...
“Eu, Lúcio memórias de um burro” – Luciano
Prefácio, tradução e notas de Custódio Magejo – Prof. da Faculdade de Letras de Lisboa
Colecção Clássicos Inquérito, Editorial Inquérito, Lda., Lisboa 1992
20070422
Novo Parque da Feira Semanal
Desafio-vos a resolver um simples problema de aritmética:
Se as obras foram consignadas em 12 de Janeiro de 2007 e o prazo para a execução era de 150 dias, contados 30 dias após essa data.
Em que data deverão estar terminadas?
Estavam assim há 62 dias - clique para ver as diferenças!
Confirme no "Jornal do Centro", de 19 de Janeiro [Ligação]
Uma Pousada no antigo Hospital
Com algum atraso já se iniciaram as obras para a transformação do antigo Hospital de São Teotónio numa pousada com 70 quartos integrada na rede das Pousadas de Portugal. O hospital fechou em 1997 e o edifício encontrava-se devoluto. O investimento previsto é de 7,5 milhões de euros e o projecto é da autoria do consagrado arquitecto Gonçalo Byrne.
Saiba mais em "Rádio Vouzela" [Ligação]
20070421
Feira de São Mateus
Feira de São Mateus 2007, de 14 de Agosto a 21 Setembro
"A Feira de São Mateus realiza-se desde 1392. A Feira era encontro de gente que comprava e vendia. Era também o encontro das culturas que se trocavam quase num inconsciente processo, longo, mas eficaz. Hoje a Feira de São Mateus tem esse pano de fundo. Mas é uma Feira nova. Cheia de gente. Mas de povo. è também Feira de encontro das culturas. Há música, folclore, arte, diversão, gastronomia. A Feira é sempre antiga e sempre mais nova. A mais longa e cativante Feira do território português. Numa área de 18.000 m2 estarão presentes cerca de 400 expositores e feirantes, vindos de todo o país e alguns no estrangeiro representando todos os sectores de actividade com relevo para o artesanato, à espera de fazerem bons negócios com cerca de um milhão de visitantes." - In Expovis - [ligação]
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