EDITORIAL
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio
Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.
20100330
"O Laço Branco" de Michael Haneke
"O Laço Branco" de Michael Haneke, Áustria, Alemanha, 2009, 144’, o filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2009 e prémio de Melhor realizador europeu da Academia de Cinema Europeu, será exibido pelo Cine Clube de Viseu no dia 30 de Março de 2010, no IPJ no Fontelo, como habitualmente às 21H45.
Grafittis de Viseu
.
Paris Hilton na visão de um artista anónimo que fui apreciar e fotografar graças à ajuda do meu amigo e autor do blogue "Viseu, Terra de Viriato" [ligação]
20100328
20100327
"A Hora da Terra" - 27 de Março de 2010

"Desta vez, o lado negro vai salvar o planeta."
A "Hora do Planeta" é um movimento anti-aquecimento global da ONG WWF [ligação] que pretende mobilizar a sociedade para a luta contra o aquecimento global. Esta iniciativa realiza-se desde 2007 e durante 60 minutos, sempre no último Sábado de Março, os governos, as empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as suas luzes [ligação].
Viseu será um dos cerca de vinte concelhos portugueses que aderiram a esta iniciativa. Monumentos como o Cristo-Rei, o Castelo de São Jorge e o Museu da Electricidade, entre outros irão ficar completamente às escuras entre as 20h30 e as 21h30 em nome desta iniciativa.
P.S. - A "Cava de Viriato" há muito que está às escuras portanto não participará nesta iniciativa [ligação].
20100326
20100325
É necessário continuar a Limpar Portugal
.
Se a acção "Mãos à obra! Limpar Portugal!", levada a cabo por voluntários a que se juntaram algumas entidades oficiais que muito pouco têm feito para colocar um fim a situações por demais vergonhosas, foi importante embora não tenha sido possível fazer desaparecer todas as lixeiras clandestinas identificadas, vai ser necessário mudar hábitos e mentalidades para que os lugares limpos não voltem de novo a ser conspurcados. Das 698 lixeiras que foram sinalizadas no distrito de Viseu, só foi possível, aos cerca de três voluntários, limpar 557.
Infelizmente somos um país sujo, basta olhar para as bermas das nossas estradas para ver incontáveis detritos: papéis, sacos de plástico, garrafas de vidro ou plásticos... nas matas e pinhais abundam restos de materiais de construção, de demolições, electrodomésticos, plásticos, pneus e os inevitáveis sofás.
Um dos muitos locais que ainda não foram limpos foi o Monte de Santa Luzia, onde continuam as obras do "Museu do Quartzo", foi sem esforço que encontrei muito lixo e entulho.
Infelizmente somos um país sujo, basta olhar para as bermas das nossas estradas para ver incontáveis detritos: papéis, sacos de plástico, garrafas de vidro ou plásticos... nas matas e pinhais abundam restos de materiais de construção, de demolições, electrodomésticos, plásticos, pneus e os inevitáveis sofás.
Um dos muitos locais que ainda não foram limpos foi o Monte de Santa Luzia, onde continuam as obras do "Museu do Quartzo", foi sem esforço que encontrei muito lixo e entulho.
"Mulher Mundo" -Rafaela Santos no Teatro Viriato

"Mulher Mundo parece ser quase tão infinito como as palavras gigantes que transporta no título. Por entre este universo imenso espreita(m) uma mulher ou (talvez) várias mulheres que olha(m) para o(s) seu(s) interior, para o(s) seu(s) reflexo(s), numa viagem cruzada que não é lógica, nem cronológica, num movimento frenético. Espreita(m) uma mulher ou (talvez) várias mulheres que viaja(m) a velocidades vertiginosas, que se perde(m) na esquina de cada memória sua, para se voltar(em) a encontrar."(...)

"Mulher Mundo parece ser quase tão infinito como as palavras gigantes que transporta no título. Por entre este universo imenso espreita(m) uma mulher ou (talvez) várias mulheres que olha(m) para o(s) seu(s) interior, para o(s) seu(s) reflexo(s), numa viagem cruzada que não é lógica, nem cronológica, num movimento frenético. Espreita(m) uma mulher ou (talvez) várias mulheres que viaja(m) a velocidades vertiginosas, que se perde(m) na esquina de cada memória sua, para se voltar(em) a encontrar."(...)
Estreia absoluta no Teatro Viriato [ligação] na próxima Sexta-feira e Sábado às 21h30.
20100323
A Requalificação da Rua José Branquinho
Prosseguem os trabalhos para requalificar a Rua José Branquinho da responsabilidade do Município de Viseu adjudicadas por 388.530,78 euros. Depois de terminadas as obras, além de novas infraesturas (água, saneamento, electricidade, comunicações, etc. ) ficará facilitado o acesso ao quartel da Associação Viseense dos Bombeiros Voluntários e aos bairros Sociais da Balsa e 1º de Maio.
“O Sítio das Coisas Selvagens” de Spike Jonze
"Adaptação do popular livro infantil escrito por Maurice Sendak, o filme narra as aventuras de Max, um garoto de forte personalidade que foge de casa após uma discussão com a mãe e acaba por entrar no seu mundo imaginário: uma misteriosa e vasta floresta conhecida como Wild Things. O filme mistura actores reais com animação computadorizada."
Trailers.com.pt [ligação]
“O Sítio das Coisas Selvagens” de Spike Jonze, EUA, 2009, 101’, integrado no ciclo - "A Vida Por Diante", organizado pelo Cine Clube de Viseu, será exibido no dia 23 de Março de 2010, como habitualmente às 21H45, no IPJ no Fontelo.
"Adaptação do popular livro infantil escrito por Maurice Sendak, o filme narra as aventuras de Max, um garoto de forte personalidade que foge de casa após uma discussão com a mãe e acaba por entrar no seu mundo imaginário: uma misteriosa e vasta floresta conhecida como Wild Things. O filme mistura actores reais com animação computadorizada."
Trailers.com.pt [ligação]
“O Sítio das Coisas Selvagens” de Spike Jonze, EUA, 2009, 101’, integrado no ciclo - "A Vida Por Diante", organizado pelo Cine Clube de Viseu, será exibido no dia 23 de Março de 2010, como habitualmente às 21H45, no IPJ no Fontelo.
Uma carta do meu amigo "Xico" Assis
(...)
Secretária de Estado Adjunto da Reabilitação
Resido em Viseu e sofro de paraparésica espástica dominante familiar que me provoca muitas dificuldades de locomoção e de movimentos no meu dia a dia.
Sempre tive dificuldades de acesso a tratamentos de fisioterapia, dado o facto de não haver convenções da segurança social com as clínicas de fisioterapia existentes na cidade.
Há cerca de um ano comecei a desenvolver esforços conducentes à resolução deste problema que afecta muitas outras pessoas que têm necessidade de faz tratamentos aqui no Distrito de Viseu, por impossibilidade de se deslocarem a outros distritos. Há pessoas com graves problemas que teriam de se deslocarem mais de 100 km. Neste momento a segurança social está a financiar a minha deslocação à Clínica de Medicina Física e Reabilitação de Gouveia, duas vezes por semana, de táxi sendo o valor de cada viagem 100,00 euros.
Perante isto dirijo me a V. Exª no sentido de envidar esforços necessários a colmatar esta falha existente no nosso Distrito, onde muita gente necessita de ser tratada convenientemente.
Mais esclareço a V. Exª que a associação de Gouveia acima referida está aberta a propostas relativas à possível abertura de uma clínica na cidade de Viseu, desde que lhe sejam dadas condições para isso.
Junto envio todos os documentos que possuo comprovativos da minha situação e de todo o esforço que tenho desenvolvido até hoje.
Agradeço a compreensão e boa vontade de V. Exª em ser sensível a este problema e consequentemente em tentar que o mesmo seja, resolvido uma vez que este Distrito é o único que não tem protocolos da segurança social com as diversas clínicas que existem.
Com os melhores cumprimentos
João Francisco Campos Assis
Viseu, 10 de Março de 2010
Resido em Viseu e sofro de paraparésica espástica dominante familiar que me provoca muitas dificuldades de locomoção e de movimentos no meu dia a dia.
Sempre tive dificuldades de acesso a tratamentos de fisioterapia, dado o facto de não haver convenções da segurança social com as clínicas de fisioterapia existentes na cidade.
Há cerca de um ano comecei a desenvolver esforços conducentes à resolução deste problema que afecta muitas outras pessoas que têm necessidade de faz tratamentos aqui no Distrito de Viseu, por impossibilidade de se deslocarem a outros distritos. Há pessoas com graves problemas que teriam de se deslocarem mais de 100 km. Neste momento a segurança social está a financiar a minha deslocação à Clínica de Medicina Física e Reabilitação de Gouveia, duas vezes por semana, de táxi sendo o valor de cada viagem 100,00 euros.
Perante isto dirijo me a V. Exª no sentido de envidar esforços necessários a colmatar esta falha existente no nosso Distrito, onde muita gente necessita de ser tratada convenientemente.
Mais esclareço a V. Exª que a associação de Gouveia acima referida está aberta a propostas relativas à possível abertura de uma clínica na cidade de Viseu, desde que lhe sejam dadas condições para isso.
Junto envio todos os documentos que possuo comprovativos da minha situação e de todo o esforço que tenho desenvolvido até hoje.
Agradeço a compreensão e boa vontade de V. Exª em ser sensível a este problema e consequentemente em tentar que o mesmo seja, resolvido uma vez que este Distrito é o único que não tem protocolos da segurança social com as diversas clínicas que existem.
Com os melhores cumprimentos
João Francisco Campos Assis
Viseu, 10 de Março de 2010
20100322
Poluição no Rio Pavia
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20100321
A Construção da "Cava de Viriato"
Como ficou prometido na edição de ontem vou divulgar, com o devido agradecimento ou "a devida vénia" como era usual na Imprensa, o conteúdo da nova placa informativa colocada na "Cava de Viriato", junto do talude da fortaleza bem perto da Rua dos Heróis Lusitanos e da Estrada Velha de Abraveses.
O texto é da responsabilidade da "Arqueohoje" [ligação] e incorpora um conjunto de conhecimentos científicos adquiridos durante o acompanhamento das obras de "requalificação" do monumento e dos trabalhos arqueológicos (escavações e sondagens) que a empresa desenvolveu no interior/exterior do monumento e que desta forma sucinta dá a conhecer:
O texto é da responsabilidade da "Arqueohoje" [ligação] e incorpora um conjunto de conhecimentos científicos adquiridos durante o acompanhamento das obras de "requalificação" do monumento e dos trabalhos arqueológicos (escavações e sondagens) que a empresa desenvolveu no interior/exterior do monumento e que desta forma sucinta dá a conhecer:
"CAVA DE VIRIATO
A CONSTRUÇÃO
Singular e monumental, a Cava de Viriato é uma das mais emblemáticas obras de engenharia da terra conservada da Península Iberica. Geralmente associada a um propósito militar, tem sido desde tempos longínquos alvo de interesse de um colectivo de investigadores e curiosos, os quais, pela sua dedicação e trabalho, muito têm contribuído para o enriquecimento literário e científico acerca desta trabalhosa obra, que combina harmoniosamente diferentes potencialidades do meio físico que nos envolve.
A configuração do monumento não encontra semelhança tanto a nível penínsular como europeu, tendo melhor explicação nas “cidades-acampamentos”! (qal’a) muçulmanas de que é exemplo conservado o monumento de Samarrã, no território do actual Iraque.
Em termos arquitectónicos, a Cava de Viriato é um monumento de planta poligonal constituída por oito taludes em terra aos quais estão associados outros tantos fossos. A Cava de Viriato teria, segundo consta em alguns documentos, quatro portas de cantaria: duas a Norte e duas a Sul.
O processo construtivo consistia assim na edificação de uma possante estrutura de carácter defensivo assente em dois elementos básicos: o fosso e o talude.
O fosso apresenta um perfil em U aberto com uma largura máxima de 16m e cerca de 4m de profundidade, com paredes com uma inclinação na ordem dos 59%. Foi escavado no substrato rochoso e apresenta o fundo plano mas sinuoso. O fosso era alagado com as nascentes de água existentes na zona e por uma complexa rede de drenagem.
O talude é uma muralha em terra de características heterogéneas, com uma cobertura superficial variável suportada por um maciço rochoso com diferentes graus de alteração. Apresenta a sua base a uma cota absoluta variável entre os 440m e os 450m. Quanto à sua altura, os valores oscilam entre os 8,7m e os 0,80m. A largura da sua base varia entre os 8,70m e os 9,40m e a do topo 4m em média. Isto remete-nos para a percepção de que os depósitos de terras feitos no âmbito da construção da muralha usaram o afloramento granítico com alicerce e sendo este de aspecto irregular, os depósitos variaram em correspondência com essas irregularidades. Por outro lado, não podemos esquecer que o talude terá sido alvo de trabalhos de manutenção atestados pelo achado de alguns materiais medievais. Assim, quando o substrato de base era mais resistente ou estava a cota muito baixa, o talude era feito com camadas de terra intercaladas com camadas de saibro. Estas últimas davam consistência ao conjunto arquitectónico.
O acesso ao interior do monumento fazia-se através de passagens abertas no talude. Uma destas entradas era correspondente à Rua do Picadeiro. Uma outra entrada, a Porta da Aguieira terá sido entaipada nos arranjos urbanísticos do século XIX. É possível uma entrada que daria ligação à estrada de Santiago (que levaria Almansor até à Galiza, acção perpetuada na toponímia).
Existia igualmente um complexo sistema de galerias para a captação e adução de águas que indicia a existência de um grande núcleo populacional durante a época medieval. Estas galerias fariam a drenagem das águas excedentárias não só do interior do monumento, como também serviriam para manter um nível homogéneo das águas do fosso. "
A configuração do monumento não encontra semelhança tanto a nível penínsular como europeu, tendo melhor explicação nas “cidades-acampamentos”! (qal’a) muçulmanas de que é exemplo conservado o monumento de Samarrã, no território do actual Iraque.
Em termos arquitectónicos, a Cava de Viriato é um monumento de planta poligonal constituída por oito taludes em terra aos quais estão associados outros tantos fossos. A Cava de Viriato teria, segundo consta em alguns documentos, quatro portas de cantaria: duas a Norte e duas a Sul.
O processo construtivo consistia assim na edificação de uma possante estrutura de carácter defensivo assente em dois elementos básicos: o fosso e o talude.
O fosso apresenta um perfil em U aberto com uma largura máxima de 16m e cerca de 4m de profundidade, com paredes com uma inclinação na ordem dos 59%. Foi escavado no substrato rochoso e apresenta o fundo plano mas sinuoso. O fosso era alagado com as nascentes de água existentes na zona e por uma complexa rede de drenagem.
O talude é uma muralha em terra de características heterogéneas, com uma cobertura superficial variável suportada por um maciço rochoso com diferentes graus de alteração. Apresenta a sua base a uma cota absoluta variável entre os 440m e os 450m. Quanto à sua altura, os valores oscilam entre os 8,7m e os 0,80m. A largura da sua base varia entre os 8,70m e os 9,40m e a do topo 4m em média. Isto remete-nos para a percepção de que os depósitos de terras feitos no âmbito da construção da muralha usaram o afloramento granítico com alicerce e sendo este de aspecto irregular, os depósitos variaram em correspondência com essas irregularidades. Por outro lado, não podemos esquecer que o talude terá sido alvo de trabalhos de manutenção atestados pelo achado de alguns materiais medievais. Assim, quando o substrato de base era mais resistente ou estava a cota muito baixa, o talude era feito com camadas de terra intercaladas com camadas de saibro. Estas últimas davam consistência ao conjunto arquitectónico.
O acesso ao interior do monumento fazia-se através de passagens abertas no talude. Uma destas entradas era correspondente à Rua do Picadeiro. Uma outra entrada, a Porta da Aguieira terá sido entaipada nos arranjos urbanísticos do século XIX. É possível uma entrada que daria ligação à estrada de Santiago (que levaria Almansor até à Galiza, acção perpetuada na toponímia).
Existia igualmente um complexo sistema de galerias para a captação e adução de águas que indicia a existência de um grande núcleo populacional durante a época medieval. Estas galerias fariam a drenagem das águas excedentárias não só do interior do monumento, como também serviriam para manter um nível homogéneo das águas do fosso. "
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Local:
Viseu, Portugal
20100320
Novidades na "Cava de Viriato"
CAVA DE VIRIATO:
A HISTÓRIA E O MITO
Não é difícil colar a imaginação à História. Se essa mesma imaginação estiver imbuída de uma intenção clara e propositada, então acaba por ser assimilada como verdade histórica. Foi o que aconteceu com o monumento conhecido como “Cava de Viriato” que apenas começou assim a ser denominada a partir do séc. XVI. Era uma época em que havia uma necessidade enorme de afirmação da identidade nacional que veio a ser consubstanciada anos mais tarde com a Restauração. Os heróis da Restauração foram comparados aos Lusitanos e ao seu mítico chefe é então atribuído o maior monumento de Portugal.
Até então este monumento era referenciado como “cava” tendo havido ao longo da história dezenas de autores que lhe fizeram referência. As interpretações foram as mais variadas, desde circo a grande curral, havendo, no entanto, unanimidade em conferir-lhe a função de acampamento militar da época romana.
Hoje, fruto das investigações que têm sido efectuadas nos últimos anos, podemos afirmar com alguma certeza que a Cava de Viriato deve corresponder a uma cidade-acampamento de época islâmica, seja da conquista do séc. VIII ou do período de Almansor.
Se até aqui a importância deste monumento era por ser um dos poucos acampamentos romanos do país, agora, como cidade-acampamento islâmica, a Cava de Viriato assume um relevo acrescido, não havendo paralelo tão bem conservado conhecido no resto da Europa.
CAVA DE VIRIATO
CIDADE-ACAMPAMENTO ISLÂMICA
Entre os séculos VIII e XI, Viseu foi uma típica cidade de fronteira, ora disputada por cristãos, ora por muçulmanos.
O território entre Douro e Mondego foi domínio islâmico precário desde as conquistas de Musa e Abd al-Aziz em 714 e 715, até à segunda metade de séc. IX. Este domínio só se torna efectivo nos finais do séc. X com as campanhas militares de Almansor (o Vitorioso).
Aproveitando a localização estratégica desta cidade, na retaguarda das terras do Douro, Almansor tornou Viseu num enclave militar por excelência tendo-se reunido aqui com os condes moçárabes que estavam sob a sua soberania em 977. Foi de Viseu que este general partiu para as suas campanhas militares, em 988 para Leão, em 995 para Astorga, e em 997 para Santiago de Compostela, o baluarte da cristandade de então. No regresso de Santiago de Compostela foi em Viseu que Almansor se despediu e agradeceu aos condes moçárabes que o haviam acompanhado e distribuído o saque.
Hoje, fruto das investigações que têm sido efectuadas nos últimos anos, podemos afirmar com alguma certeza que a Cava de Viriato deve corresponder a uma cidade-acampamento de época islâmica, seja da conquista do séc. VIII ou do período de Almansor.
Se até aqui a importância deste monumento era por ser um dos poucos acampamentos romanos do país, agora, como cidade-acampamento islâmica, a Cava de Viriato assume um relevo acrescido, não havendo paralelo tão bem conservado conhecido no resto da Europa.
CAVA DE VIRIATO
CIDADE-ACAMPAMENTO ISLÂMICA
Entre os séculos VIII e XI, Viseu foi uma típica cidade de fronteira, ora disputada por cristãos, ora por muçulmanos.
O território entre Douro e Mondego foi domínio islâmico precário desde as conquistas de Musa e Abd al-Aziz em 714 e 715, até à segunda metade de séc. IX. Este domínio só se torna efectivo nos finais do séc. X com as campanhas militares de Almansor (o Vitorioso).
Aproveitando a localização estratégica desta cidade, na retaguarda das terras do Douro, Almansor tornou Viseu num enclave militar por excelência tendo-se reunido aqui com os condes moçárabes que estavam sob a sua soberania em 977. Foi de Viseu que este general partiu para as suas campanhas militares, em 988 para Leão, em 995 para Astorga, e em 997 para Santiago de Compostela, o baluarte da cristandade de então. No regresso de Santiago de Compostela foi em Viseu que Almansor se despediu e agradeceu aos condes moçárabes que o haviam acompanhado e distribuído o saque.
Viseu terá, assim, servido de rectaguarda ao exército de Almansor que, em campanha, podia reunir até 25000 homens a cavalo, regressando das campanhas com número elevado de cativos.
As novas placas informativas a que me referi em 2009/03/13 [ligação] já foram colocadas e por esse motivo ontem aproveitei para as fotografar. São três e foram criadas pela empresa viseense "Arquehoje" [ligação] que acompanhou os trabalhos de "requalificação e também é responsável pelos textos em português e inglês. Hoje apenas irei divulgar, com o devido agradecimento, o conteúdo das placas existentes junto do monumento a Viriato (A História e o Mito) e na nova praça de acesso à "Cava de Viriato" (Cidade-Acampamento Islâmica), cuja existência não está sinalizada. A terceira placa dedicada à descrição e construção da fortaleza será assunto para próxima oportunidade.
P.S. - Aproveito para "sinalizar" que a nova iluminação não tem qualquer utilidade pois continua inexplicavelmente desligada.
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“As Vidas dos Outros” - Anaquim
Depois do EP "Prólogo" os Anaquim um projecto de Coimbra liderado pelo compositor e letrista José Rebola editaram o seu primeiro álbum - "As Vidas dos Outros", que conta com a participação especial de Ana Bacalhau (Deolinda) na faixa "O Meu Coração".
Estive a ouvi-los na FNAC de Viseu, há poucas horas, lamento não ter publicitado, por desconhecimento, o evento que foi um momento especial e divertido. MySpace [ligação]
20100319
Notícias do Funicular de Viseu
Finalmente os serralheiros repararam a porta de entrada da estação inferior do funicular a “Estação Viriato” que, desde Dezembro de 2009, estava empenada e fechada [ligação]. Espera-se que com a chegada da Primavera e do tempo mais ameno, vá deixar de ser necessário aos "guarda-freios" abrigarem-se do frio e do vento, nos seus automóveis ou nos estabelecimentos comerciais vizinhos. Será um bem-estar passageiro pois estou convencido que no Verão a temperatura voltará a ser insuportável porque os projectistas criaram uma gaiola de ferro e vidro que se irá transformar em estufa.
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20100318
Bicentenário das Guerras Peninsulares

No Palácio do Gelo até 29 de Março de 2010 poderá visitar uma exposição comemorativa do bicentenário das Guerras Peninsulares. O RI14 integrado no exército anglo-luso participou nas batalhas de Albuera (Espanha 1811), Vitoria e Pirinéus (Espanha 1813), Nivelle, Nive e St. Pierre (França 1813), Orthes e Toulouse (França 1814) contra o exército do imperador francês Napoleão Bonaparte que foi definitivamente aniquilado na batalha de Waterloo, na Bélgica no dia 18 de Junho de 1815, mas sem a presença de tropas portuguesas.
Da exposição fazem parte vários objectos museológicos da época como uma peça de artilharia, espingardas, pistolas, sabres, mapas, fardamentos de diferentes unidades e várias colecções de "soldadinhos de chumbo" representando formações de batalha e parada.
A mostra faz parte das comemorações do Dia da Unidade do RI14 a celebrar no próximo dia 19. Facebook [ligação]
Desportos de Areia no Fontelo
Iniciaram-se há poucos dias os trabalhos para a construção de um "Campo de Desportos de Areia" no Fontelo, num terreno "triangular" delimitado pela Alameda Messias Fuschini, Rua Aristides Sousa Mendes e pelo Campo de Futebol Alves Madeira, as obras no valor aproximado de 300.000 €, permitirão a prática de futebol, voleibol e andebol na areia, deverão estar concluídas dentro de 60 dias. A nova infra-estrutura será dotada de iluminação artificial, bancadas com 300 lugares sentados, zona de duches ao ar livre, áreas ajardinadas e arborizadas.
P.S. - Quanto à "Praia Fluvial Urbana" no Rio Pavia aguardamos as novidades, depois ter sido prometida em época eleitoral autárquica aos viseenses.
20100316
Novidades no Campo de Viriato
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Cumprindo a promessa de transformar o Campo de Viriato, onde há séculos se realiza a Feira da São Mateus, num enorme parque de estacionamento automóvel começaram na manhã de ontem os trabalhos para pintar marcas para disciplinar, ordenar e facilitar a arrumação de várias centenas de viaturas, incluindo alguns lugares destinados a autocarros de turismo.
A câmara municipal já mandou retirar as placas que indicavam tratar-se de uma zona pedonal, onde o estacionamento era proibido, as que impedem a passagem a veículos pesados continuam de pé (5,5t excepto STUV), fez recuar alguns postes de iluminação, ao longo da antiga travessia da Avenida Emídio Navarro e anterior troço da EN2, para alargar a exígua faixa de rodagem.
Todas estas medidas contrariam o projectado no âmbito Programa Polis para Viseu que previa a criação de uma grande praça, a nova "Praça de Viriato", que seria atractiva durante todo o ano, uma zona pedonal e multiusos.
Falhados todos estes objectivos o Campo de Viriato, ficou transformado num espaço muito feio e muito mal aproveitado.
Só depois de muitos protestos foi reposto o trânsito nos dois sentidos e agora para potenciar a utilização do Funicular, um problemático investimento de mais de 5 milhões de euros, com muito pouca utilização, apesar de gratuito, a edilidade resolveu autorizar a paragem de viaturas em todo o espaço do Campo de Viriato.
A câmara municipal já mandou retirar as placas que indicavam tratar-se de uma zona pedonal, onde o estacionamento era proibido, as que impedem a passagem a veículos pesados continuam de pé (5,5t excepto STUV), fez recuar alguns postes de iluminação, ao longo da antiga travessia da Avenida Emídio Navarro e anterior troço da EN2, para alargar a exígua faixa de rodagem.
Todas estas medidas contrariam o projectado no âmbito Programa Polis para Viseu que previa a criação de uma grande praça, a nova "Praça de Viriato", que seria atractiva durante todo o ano, uma zona pedonal e multiusos.
Falhados todos estes objectivos o Campo de Viriato, ficou transformado num espaço muito feio e muito mal aproveitado.
Só depois de muitos protestos foi reposto o trânsito nos dois sentidos e agora para potenciar a utilização do Funicular, um problemático investimento de mais de 5 milhões de euros, com muito pouca utilização, apesar de gratuito, a edilidade resolveu autorizar a paragem de viaturas em todo o espaço do Campo de Viriato.
"O Estendal do Funicular"
"Los Olvidados" - Luis Buñuel

"Los Olvidados" de Luis Buñuel, México, 1950, 80' - Ciclo de cinema, "A Vida Por Diante", organizado pelo Cine Clube de Viseu [ligação], será exibido no dia 16 de Março de 2010, às 21H45, no IPJ no Fontelo.
Exibido em DVD, comentado por Etã Sobal Costa [ligação] do Internato de Santa Teresinha. ENTRADA GRATUITA.
20100314
Mais Teatro

A Câmara Municipal de Viseu vai organizar, durante o próximo mês de Maio, pela décima primeira vez consecutiva, o "Festival de Teatro Jovem", para promover uma política de valorização e apoio às iniciativas culturais dos jovens e dar maior maior visibilidade ao trabalho de grupo integrados nas escola e associações, tendo em vista a possível descoberta de novos valores. Regulamento e Ficha de inscrição [ligação]
20100313
Viseu Futsal vs Sporting Clube Braga
O "Viseu Futsal 2001" defronta o Sporting Clube de Braga, em jogo da 19ª jornada do Campeonato da 2ª Divisão Nacional, no próximo dia 14 de Março (Domingo), às 17h00, no Pavilhão do INATEL. Para potenciar o apoio ao clube do Viriato que poderá ultrapassar o Braga e subir ao terceiro lugar, as entradas serão gratuitas.
Blogue do "Viseu Futsal 2001" [ligação]
Malabares na "Cava de Viriato"
Nos relvados da "Cava de Viriato" já vi diversas actividades mas ao fim da tarde de ontem assisti, com alguma surpresa, a uma curta sessão de treino de treino de um jovem malabarista.
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20100311
A Futura Sede do Orfeão de Viseu
Estão a chegar ao fim as obras de 1ª fase da construção da futura sede do "Orfeão de Viseu" [ligação] aproveitando o Matadouro Velho, uma construção típica da arquitectura industrial dos finais do séc. XIX, situada no Largo do Matadouro, ao fundo da Rua Serpa Pinto e confinando com o Rio Pavia.
A obra com o custo de 323.625,00 € é financiada em 210.000,26 € por comparticipação comunitária no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Ver artigo anterior [ligação].
A obra com o custo de 323.625,00 € é financiada em 210.000,26 € por comparticipação comunitária no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional). Ver artigo anterior [ligação].
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Eunice Muñoz no Teatro Viriato

"O Ano do Pensamento Mágico" de Joan Didion, com Eunice Muñoz e encenação de Diogo Infante
"(...) Eunice Muñoz regressa aos palcos com um monólogo de Joan Didion. "O Ano do Pensamento Mágico" baseado nas memórias da própria autora e já premiado, mostra a profundidade que só as grandes relações têm e a fragilidade desse fio ténue que é a vida. (...)
Noites dos dias 12 e 13 de Março (Sexta-feira e Sábado) às 21h30, no "Teatro Viriato" [ligação]
Ruas Absolvido no "Caso das Pedradas"

O Tribunal da Relação de Coimbra não confirmou a condenação proferida pelo Tribunal Judicial de Viseu, em 13 de Julho de 2009, pelo prática de um crime de instigação pública - ao pagamento de 100 dias de multa à taxa diária de 20,00 € [ligação].
Recorde-se que em primeira instância foi considerado provado que Fernando Ruas incitou à violência quando no decorrer da Assembleia Municipal de 26 de Junho de 2006 e respondendo a uma queixa do presidente da Junta de Freguesia de Silgueiros, António Coelho, a propósito da actuação de Vigilantes da Natureza que aplicaram uma coima à sua autarquia por ter mandado entubar uma pequena linha de água, sugeriu:
(...) "Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada. A sério, nós queremos gente que nos ajude e não que obstaculize o desenvolvimento." (...)
O Tribunal da Relação alterou a matéria de facto e absolveu Fernando Ruas. O seu advogado, Marçal Antunes, prometeu prestar mais esclarecimentos apenas quando houver trânsito em julgado, facto que tornará a decisão definitiva, talvez depois das férias da Páscoa e se o Ministério Público não decidir recorrer. Neste caso o possível recurso só poderá incidir sobre "sobre questões de direito e não sobre matéria de facto".
Entretanto Fernando Ruas, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu e líder da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, esteve incontactável e os jornalistas ainda não conseguiram obter qualquer declaração.
Assim sendo, vamos ter de aguardar mais algum tempo até que o edil revele a sua "verdade" sobre este caso. Não é difícil adivinhar que irá dizer algo parecido com:
Este foi um processo que teve na sua origem uma manobra dos meus adversários que incapazes de me vencerem nas urnas...
Na imagem um autocolante da campanha eleitoral autárquica de 2005
"Logorama" - H5
"Logorama" uma curta metragem francesa produzida pela H5 (François Alaux, Hervé de Crécy e Ludovic Houplain), já premiada no "Cinanima" de Espinho, ganhou o "Oscar" para a melhor curta metragem de animação. A página oficial [ligação]
20100309
Novidades do Funicular de Viseu
Já me tinham informado que as duas plataformas elevatórias que “tapam os buracos" originados com o cruzamento da linha do funicular seriam o maior problema do equipamento. Estava certo o meu amigo, pois tem dezenas de anos de trabalho na montagem e reparação de ascensores.
Mais uma vez um dos elevadores hidráulicos voltou a vazar óleo e obrigou à imobilização do sistema. Apesar desta anomalia o funicular continua cumprir a sua função, porém os buracos estão escancarados e os cabos de aço que deveriam proteger a linha estão, muitos deles, inoperacionais.
“Um Profeta” de Jacques Audiard
"Condenado a seis anos de prisão, Malik El Djebena não é capaz de ler nem de escrever. Ao chegar à prisão aparenta ser mais novo e mais frágil do que os outros reclusos. Tem 19 anos. Rapidamente cai no enredo de um gang de prisioneiros Corsos, que faz prevalecer a sua lei dentro da prisão. O jovem aprende depressa. No decurso das suas missões, fortalece-se e ganha a confiança dos elementos do grupo. Mais depressa ainda, Malik usa toda a sua inteligência para desenvolver discretamente o seu plano."
Sinopse - Atalanta Filmes
"Um Profeta"/"Un Prophéte" de Jacques Audiard, França 2009, 150´, integrado no ciclo - "A Vida Por Diante", do Cine Clube de Viseu, será exibido em 9 de Março de 2010, às 21H45, no IPJ no Fontelo.
Não às Drogas

Ao abrir a minha caixa do correio senti vergonha porque os vizinhos mandaram imprimir e distribuir panfletos a anteceder a abertura do "Centro de Apoio a Toxicodependentes". No verso estava um mapa indicando as distâncias até várias escolas da vizinhança, ao Rossio e ao Parque da Cidade. Sendo a maior distância os 800 metros até ao Ciclo Preparatório.
Depois de uma série de interrogações alarmistas e insinuações ignóbeis, o folheto anónimo, terminava assim:
"Sugestão: Porque não instalar o Centro nas instalações da A.I.R.V. em Coimbrões?"
Quase 15 anos depois nenhuma das "ameaças" referidas no folheto se concretizou. O C.A.T. de Viseu, actuais serviços do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) [ligação] um organismo do Ministério da Saúde, na Rua Cândido dos Reis, antigas instalações da Associação Industrial da Região de Viseu, tem prestado um bom trabalho na prevenção, tratamento e recuperação das toxicodependências.
Há sempre muito para fazer mas a política de redução de danos está a resultar e deverá prosseguir. A repressão não é um bom caminho e os toxicodependentes não deverão ser marginalizados mas apoiados: criando abrigos nocturnos e mesmo "salas de injecção assistida" para evitar as queixas que periodicamente aparecem na comunicação social [ligação - CM].
"Sugestão: Porque não instalar o Centro nas instalações da A.I.R.V. em Coimbrões?"
Quase 15 anos depois nenhuma das "ameaças" referidas no folheto se concretizou. O C.A.T. de Viseu, actuais serviços do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) [ligação] um organismo do Ministério da Saúde, na Rua Cândido dos Reis, antigas instalações da Associação Industrial da Região de Viseu, tem prestado um bom trabalho na prevenção, tratamento e recuperação das toxicodependências.
Há sempre muito para fazer mas a política de redução de danos está a resultar e deverá prosseguir. A repressão não é um bom caminho e os toxicodependentes não deverão ser marginalizados mas apoiados: criando abrigos nocturnos e mesmo "salas de injecção assistida" para evitar as queixas que periodicamente aparecem na comunicação social [ligação - CM].
Downhill em Sernancelhe
20100307
Coisas da "Bola"...
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