EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20180530

"El Cine" de Antonin Artaud


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Este livro é uma tradução em edição de bolso de “Choix de textes extraits des tomes III (1961) et IV (1964) des Oueuvres Complétes d’Antonin Artaud”. Antonin Artaud nasceu, em 4 de Setembro de 1896, em Marselha, Bouches-du-Rhône, e foi uma criança de saúde muito frágil. Antonin Artaud é o nome artístico de Antoine Marie Joseph Artaud que faleceu a 4 de Março de 1948 em Ivry-sur-Seine, Val–de-Marne,França. Foi poeta, ensaísta, dramaturgo e encenador. Em 1920 entrou em contacto com o Movimento Surrealista e foi muito influenciado pelo teatro japonês, depois de assistir aos espectáculos duma companhia que passou por Marselha em 1922. Por essa época começou a teorizar sobre o teatro e criou o “Teatro da Crueldade”. Em 1936 viajou para o México onde viveu junto dos indígenas, o povo Tarahumara, conheceu a sua antiga cultura solar e experimentou o “peyote”, um preparado natural com características alucinógenas. Alguns meses depois regressou a França e viajou para a Irlanda em 1937. O seu habitual comportamento, um pouco desequilibrado, confundiu as autoridades que o tomaram por um louco perigoso e acabou por ser internado num hospício. Mais tarde os seus amigos conseguiram que fosse deportado e voltasse para França. Já em França voltou a ser internado até 1946. As sessões de electrochoques e os anos de isolamento, deixaram muitas marcas. Durante este internamento escreveu muito , em especial cartas, para se manter são. Artaud criou duas obras muito importantes sobre Teoria do Teatro: o “Manifesto do Teatro da Crueldade” (1932) e o “Teatro e o seu Duplo” (1938) - um dos mais importantes e influentes trabalhos sobre Teatro, editados no século XX. No Cinema Artaud trabalhou em filmes como os de Abel Gance, onde interpretou Marat, em “Napoleão” (1927) e Savonarola, em “Lucrécia Borgia (1935),  e sobretudo nesse grande filme, uma obra prima, de Carl Th. Dreyer - “A Paixão de Joana d´Arc” (1928). Desta Arte disse Artaud, segundo seus biógrafos: “Que era um meio pouco honrado de ganhar a vida” e  “que era obrigado a fazer cinema para comer”; E escreveu, neste livro, que o Cinema era - “Mais excitante que o fósforo, mais cativante que o amor “.

“El Cine” de Antonin Artaud, 2ª edição Colecção “El Libro de Bolsilho”, Alianza Editorial, S.A. , Madrid, 1988, Capa de Daniel Gil, Tradução para Castelhano de Antonio Eceiza