EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20170817

A "Feira" é um Festival Urbano


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O presidente da câmara municipal, Dr. Almeida Henriques, em entrevista ao Jornal da Feira, Especial #1, de 11 a 17 de Agosto (Jornal do Centro), revelou aquilo que muitos já sabiam, ao titular uma entrevista ao edil, desta maneira: "Viseu tem hoje dentro da Feira de S. Mateus um festival urbano", sim é verdade foi essa a intenção do seu assessor e principal responsável pela organização do evento (Dr. Jorge Sobrado), agora também candidato a vereador, bastava ter estado com atenção à maioria das suas estratégias, decalcadas dos festivais de Verão que se realizam por todo o país. Já está tudo inventado... Mas o "Festival" em termos de afluência de público tem estado fraco porque nos dias em que subiram ao palco os cabeças de cartaz, sendo as entradas pagas e variando entre os 3 aos 7,5 €, os números de bilhetes vendidos são baixos, face às expectativas criadas e ao investimento realizado. A organização (Viseu Marca) não pode ser demasiado generosa, mesmo em ano de eleições, porque terá de obter lucros, para pagar outros eventos gratuitos a realizar, na sua maioria dedicados à promoção dos vinhos. O andamento da feira está a mostrar que a programação secundária, mais económica e o aumento dos preços das entradas verificado, nas últimas edições do evento, criaram condições para atrair à feira anual um maior número de visitantes, comparativamente aos dias, com programação mais cara e aparentemente mais apelativa. Esta tendência já se tinha verificado na edição de 2016.  Há outros exemplos mas vou, apenas referir o mais recente. No dia 15 de Agosto (Feriado Nacional) em que atracção foi Marco Paulo e a entrada custava 5,00 €, apenas foram feirar 22.580  mas no dia seguinte (Quarta-feira), para ouvir cantar Fábia Rebordão, com entrada gratuita, feiraram mais de 45.000.

Ilustração: "Jovem a tocar flauta", pormenor do monumental painel de azulejos do Rossio, Joaquim Lopes, Azulejos da Fábrica do Agueiro/Vila Nova de Gaia (1931)