EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20170708

Lagostins no Rio Pavia


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O lagostim-vermelho-do-Louisiana, Procambarus clarkii, foi introduzido, na década 1970, na região de Badajoz (Espanha), com a finalidade de aproveitamento alimentar mas depressa invadiu as bacias hidrográficas do Sul da Península Ibérica. Como o nome indica é uma espécie nativa da América do Norte que está presente em vários países europeus, incluindo todo o Portugal e também na África, Ásia e na América do Sul. Trata-se de espécie exótica invasora cuja erradicação é considerada urgente, nalguns países como em Espanha, por ameaçar a biodiversidade. A sua alimentação é muito variada e pode incluir vegetais, algas e plantas, detritos alimentares, crustáceos, peixes, ovos, larvas, anfíbios e outros indivíduos da sua espécie. 
O lagostim-vermelho-do-Louisiana, pode viver cerca de dois anos, durante os quais vai causar graves prejuízos na vida animal e vegetal, dos habitats que invade e nos quais passa rapidamente a ser a espécie dominante. Compete brutalmente com espécies nativas de lagostins, no nosso país com o lagostim-de-patas-brancas, Austropotamobius pallipes, e actua como transmissor de um fungo, endémico da América do Norte, Aphanomyces astaci, que mata os lagostins europeus, poucas semanas após terem sido infectados. Os seus hábitos de escavação podem originar graves prejuízos em arrozais por poderem contribuir para perda de água, em reservatórios ou represas, construídas em terra batida.