EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20170308

Outeiro de Santiago


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Uma grandes lajes de granito onde, há muitos anos e no fim do Verão o milho cultivado na "Quinta das Mestras", actualmente parcialmente ocupado pelo "Parque de Santiago", era seco ao sol antes de ser vendido ou guardado nas arcas. Para não terem o trabalho de levar o milho para casa e voltar a trazê-lo, no dia seguinte, havia quem dormisse no cimo do outeiro de Santiago, ao relento para guardar o cereal.
"As Mestras" que deram o nome à quinta, eram umas feiticeiras que frequentavam a margem direita do rio Pavia:

(...) “Costumava haver mulheres, que debaixo do nome de Mestras ousavam curar enfermos com reprovadas artes diabólicas, e vãas superstições; entre ellas foi uma refinada, como era em a noite de S. João, banharem os enfermos n’aquelle Rio onde se mete a ribeira de S. Theago, passando-se por elle tres veses, fazendo algumas cerimonias, e dizendo algumas palavras boas e Santas, de modo que se ouvissem, para cuidarem os simples, que por virtude d’ellas, e d’aquella agoa saravam. Assim ousou fazer o Demónio a muitos gentios, como ainda hoje usam em o Ganges, crendo com isso ficarem lavados dos pecados “(…)

Manoel Botelho Ribeiro Pereira in “Diálogos Moraes e Politicos”, manuscrito datado de 1630, Cap. 5º - Do Rio Pavia, e porque uma parte d’elle se chama das Mestras.