A Igreja de Nª. Srª. da Conceição da Ribeira
Na Ribeira, na margem direita do Rio Pavia, foi edificada no século XVI uma pequena capela dedicada a S. Luís, Rei de França (Luís IX) que no século XVII foi restaurada, aproveitando cantaria da arruinada capela de S. Jorge, mandada construir pelo Infante D. Henrique, 1 º Duque de Viseu na Cava de Viriato, o local onde nessa época se realizava a Feira Franca. O Infante era proprietário dos terrenos e recebia os rendimentos das barracas da feira que legou ao Cabido da Sé, com a obrigação de mandar dizer missas pela sua salvação, em vida e depois da morte.
Nessa capela de S. Luís esteve sedeada a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, consagrada como padroeira de Portugal, pelo rei D. João IV nas cortes de 1645 – 46, decisão tomada no dia 25 de Março de 1646. Com o aumento do número de irmãos e irmãs a capela passou a ser muito exígua e em conformidade foi decidido ampliar o templo. Em 1757 iniciaram-se as obras que foram finalizadas em 1761, com desenho e orientação do mestre de Lamego António Mendes Coutinho, também o autor do desenho da Igreja dos Terceiros. A igreja de estilo arquitectónico influenciado por Nicolau Nazoni, foi benzida e consagrada em 16 de Setembro de 1761.
A frontaria tem um portal de verga com moldura de onde emerge um frontão com uma tarja coroada de simbologia mariana. O portal é ladeado por duas janelas com molduras, sobre o portal um óculo ilumina o coro alto. A nave recebe luz através de duas janelas viradas a Poente que iluminam o templo. No interior um arco cruzeiro separa a nave da capela-mor. A igreja possui três retábulos: o principal o do altar-mor é dedicado a Nossa Senhora da Conceição e os outros dois ao Sagrado Coração de Jesus e a Santo António, são ambos da segunda metade do século XVIII. No retábulo do altar-mor existem duas imagens de São José, patrono da freguesia e de São Mateus, patrono da antiga Feira Franca de São Mateus. Uma imagem de São Luís, Rei de França que esteve durante muitos anos guardada na sacristia, foi colocada num nicho na nave do lado da epístola (direita do ponto de vista dos fiéis).
Nos primeiros anos do séc. XX foi construída a escadaria dupla, com gradeamentos e portões de ferro que permitem fechar o adro. Sob o patamar da escadaria existe um nicho, datado de 1907, com uma imagem do Senhor da Boa Fortuna de grande devoção popular.
Fonte principal: Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa , in "Monumentalidade Visiense" [ver]