Segundo o P.e Leonardo de Sousa – Memórias Históricas e Cronológicas dos Bispos de Viseu, Tomo II, página 206
(…) “- foi D. João I logo nos começos do seu reinado (1386), o fundador, em Viseu, de uma feira anual, livre de metade da sisa, a começar em 23 de Abril, dia de S. Jorge, defensor Reino.
Em Viseu estabeleceu o Mestre de Avis a sua Côrte durante algum tempo, aqui lhe nasceu o primogénito – D. Duarte – e de Viseu lhe foi prestado valioso auxílio nas guerras com Castela, pelo que natural seria que este monarca tratassse esta cidade com especial deferência. D. Duarte confirma a concessão do Pai nos começos do seu reinado, embora depois, por motivos ignorados, a Feira deixasse de se fazer por algum tempo.
Dentro em breve os procuradores de Viseu, nas Côrtes de Santarém, pedem, mas em vão, o restabelecimento da Feira.
No entanto não desistem, pois em breve o voltam a fazer nas Côrtes de Évora, sendo então o pedido deferido por D. Duarte – em memória de ter sido nesta cidade o seu nascimento – tendo concedido a Feira com todos os privilégios outorgados à de Trancoso, menos sisa (Carta de Estremoz, de 17-IV-1436) – e ainda que fosse três dias franca, mercê concedida em Almeirim.
Temos notícia de – no Cap. 3º das Côrtes de Évora, referente à Feira Franca de Viseu – haverem sido requeridas ao Infante D. Pedro, Regente, providências contra o facto de “alguns fidalgos coândo vão a ella (à Feira) sellançam por ottermo da cidade e pousão por as aldeyas destroindo os lavradores do que tem, tomando-lhes pão, vinho, carnes e galinhas, cevados, palhas, roupas e outras muitas cousas não lhe pagando coisa algmua: seja vossa mercê mandardes que seos ditos fidalgos… pousem na cidade, nas estalagens ou por a cidade e paguem as pousadas e camas…”
Respondeu o Infante, Regente: … “que nenhum não pouse nas aldeyas nem casais de lavradores, salvo se forem suas próprias e os que à dita feira quizerem hir que pousem dentro da cidade sem constrangimento para ninguém e paguem aposentadoria sob pena de çem crôas para as obras dos muros da cidade de Viseu.
(…) “- foi D. João I logo nos começos do seu reinado (1386), o fundador, em Viseu, de uma feira anual, livre de metade da sisa, a começar em 23 de Abril, dia de S. Jorge, defensor Reino.
Em Viseu estabeleceu o Mestre de Avis a sua Côrte durante algum tempo, aqui lhe nasceu o primogénito – D. Duarte – e de Viseu lhe foi prestado valioso auxílio nas guerras com Castela, pelo que natural seria que este monarca tratassse esta cidade com especial deferência. D. Duarte confirma a concessão do Pai nos começos do seu reinado, embora depois, por motivos ignorados, a Feira deixasse de se fazer por algum tempo.
Dentro em breve os procuradores de Viseu, nas Côrtes de Santarém, pedem, mas em vão, o restabelecimento da Feira.
No entanto não desistem, pois em breve o voltam a fazer nas Côrtes de Évora, sendo então o pedido deferido por D. Duarte – em memória de ter sido nesta cidade o seu nascimento – tendo concedido a Feira com todos os privilégios outorgados à de Trancoso, menos sisa (Carta de Estremoz, de 17-IV-1436) – e ainda que fosse três dias franca, mercê concedida em Almeirim.
Temos notícia de – no Cap. 3º das Côrtes de Évora, referente à Feira Franca de Viseu – haverem sido requeridas ao Infante D. Pedro, Regente, providências contra o facto de “alguns fidalgos coândo vão a ella (à Feira) sellançam por ottermo da cidade e pousão por as aldeyas destroindo os lavradores do que tem, tomando-lhes pão, vinho, carnes e galinhas, cevados, palhas, roupas e outras muitas cousas não lhe pagando coisa algmua: seja vossa mercê mandardes que seos ditos fidalgos… pousem na cidade, nas estalagens ou por a cidade e paguem as pousadas e camas…”
Respondeu o Infante, Regente: … “que nenhum não pouse nas aldeyas nem casais de lavradores, salvo se forem suas próprias e os que à dita feira quizerem hir que pousem dentro da cidade sem constrangimento para ninguém e paguem aposentadoria sob pena de çem crôas para as obras dos muros da cidade de Viseu.
Dr. José Coelho in "A Feira Franca de Viseu", "Beira Alta - Arquivo Distrital", Volume XIX, Fasc. III (3º Trimestre), Viseu 1960
P.S. - Evidentemente que estas não eram a "Feira de São Mateus" que apenas se iniciou, com autorização de D. Manuel I, em 1501 e em 1510 foi transferida da cidade para a Ribeira onde permanece.
Viseu teve feiras anuais com privilégios, duração e épocas de realização diversas que foram concedidas por D. João I, D. Duarte, Regente D. Pedro, D. Afonso V e finalmente D. Manuel I. Portanto a indicação inserida no programa oficial: "Feira de S. Mateus/1392-2010/618 anos" , será pouco rigorosa [ligação].
Viseu teve feiras anuais com privilégios, duração e épocas de realização diversas que foram concedidas por D. João I, D. Duarte, Regente D. Pedro, D. Afonso V e finalmente D. Manuel I. Portanto a indicação inserida no programa oficial: "Feira de S. Mateus/1392-2010/618 anos" , será pouco rigorosa [ligação].