EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20100707

O Antigo Mercado 2 de Maio

 

O “Mercado 2 de Maio”, a antiga “Praça”, recebeu essa designação porque foi nesse dia do ano de 1834 que entrou em Viseu, António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha (1792/1860), 1º Duque da Terceira comandando as tropas liberais que depois de ter derrotado as tropas miguelistas, na Ponte Pedrinha - Fataúnços, libertou a cidade [ligação].
As obras foram iniciadas no dia 21 de Agosto de 1877 e a praça inaugurada em 2 de Maio de 1879 mas o primeiro mercado apenas foi realizado no dia 28 de Setembro do mesmo ano, num Domingo.
O mercado desenvolvia-se em dois níveis ligado por uma escadaria dupla com patamar, possuia duas entradas, a principal na Rua Formosa com um pórtico e outra na Rua Dr. Luís Ferreira (Rua do Comércio), com bonitos portões de ferrro forjado que foram considerados sucata, quatro alpendres suportados por colunas de ferro e quatro torreões com lojas para comércio.
Era ali que se vendiam hortaliças, legumes, batatas, frutas, galinhas, patos, coelhos, queijos, pão, peixe e carne, na maior parte das vezes de produção local. Em 1990 o mercado foi considerado absoleto e encerrado. Mais tarde recebeu um projecto dos arquitectos Siza Vieira e António Madureira que pretenderam dar uma nova vida ao local. Foram demolidas várias lojas, na Rua Formosa que não faziam parte do projecto original, e requalificadas todas as outras. O interior do mercado ficou marcado por uma grande calçada de granito com 5 filas de 7 magnólias e passou a ser um local destinado à realização de eventos culturais, espectáculos ao ar livre e galeria comercial. Porém o resultado da reabilitação não agradou à maioria dos viseenses. O aspecto despojado da obra não foi compreendido e para “enfeitar” o local foram colocados vasos com flores. Durante a noite o seu aspecto é lúgubre. As lojas no interior acabaram por encerrar por falta de clientes e só a instalação de bares, de funcionamento essencialmente nocturno, tem mantido o local animado durante a maior parte do ano.