CAVA DE VIRIATO:
A HISTÓRIA E O MITO
Não é difícil colar a imaginação à História. Se essa mesma imaginação estiver imbuída de uma intenção clara e propositada, então acaba por ser assimilada como verdade histórica. Foi o que aconteceu com o monumento conhecido como “Cava de Viriato” que apenas começou assim a ser denominada a partir do séc. XVI. Era uma época em que havia uma necessidade enorme de afirmação da identidade nacional que veio a ser consubstanciada anos mais tarde com a Restauração. Os heróis da Restauração foram comparados aos Lusitanos e ao seu mítico chefe é então atribuído o maior monumento de Portugal.
Até então este monumento era referenciado como “cava” tendo havido ao longo da história dezenas de autores que lhe fizeram referência. As interpretações foram as mais variadas, desde circo a grande curral, havendo, no entanto, unanimidade em conferir-lhe a função de acampamento militar da época romana.
Hoje, fruto das investigações que têm sido efectuadas nos últimos anos, podemos afirmar com alguma certeza que a Cava de Viriato deve corresponder a uma cidade-acampamento de época islâmica, seja da conquista do séc. VIII ou do período de Almansor.
Se até aqui a importância deste monumento era por ser um dos poucos acampamentos romanos do país, agora, como cidade-acampamento islâmica, a Cava de Viriato assume um relevo acrescido, não havendo paralelo tão bem conservado conhecido no resto da Europa.
CAVA DE VIRIATO
CIDADE-ACAMPAMENTO ISLÂMICA
Entre os séculos VIII e XI, Viseu foi uma típica cidade de fronteira, ora disputada por cristãos, ora por muçulmanos.
O território entre Douro e Mondego foi domínio islâmico precário desde as conquistas de Musa e Abd al-Aziz em 714 e 715, até à segunda metade de séc. IX. Este domínio só se torna efectivo nos finais do séc. X com as campanhas militares de Almansor (o Vitorioso).
Aproveitando a localização estratégica desta cidade, na retaguarda das terras do Douro, Almansor tornou Viseu num enclave militar por excelência tendo-se reunido aqui com os condes moçárabes que estavam sob a sua soberania em 977. Foi de Viseu que este general partiu para as suas campanhas militares, em 988 para Leão, em 995 para Astorga, e em 997 para Santiago de Compostela, o baluarte da cristandade de então. No regresso de Santiago de Compostela foi em Viseu que Almansor se despediu e agradeceu aos condes moçárabes que o haviam acompanhado e distribuído o saque.
Hoje, fruto das investigações que têm sido efectuadas nos últimos anos, podemos afirmar com alguma certeza que a Cava de Viriato deve corresponder a uma cidade-acampamento de época islâmica, seja da conquista do séc. VIII ou do período de Almansor.
Se até aqui a importância deste monumento era por ser um dos poucos acampamentos romanos do país, agora, como cidade-acampamento islâmica, a Cava de Viriato assume um relevo acrescido, não havendo paralelo tão bem conservado conhecido no resto da Europa.
CAVA DE VIRIATO
CIDADE-ACAMPAMENTO ISLÂMICA
Entre os séculos VIII e XI, Viseu foi uma típica cidade de fronteira, ora disputada por cristãos, ora por muçulmanos.
O território entre Douro e Mondego foi domínio islâmico precário desde as conquistas de Musa e Abd al-Aziz em 714 e 715, até à segunda metade de séc. IX. Este domínio só se torna efectivo nos finais do séc. X com as campanhas militares de Almansor (o Vitorioso).
Aproveitando a localização estratégica desta cidade, na retaguarda das terras do Douro, Almansor tornou Viseu num enclave militar por excelência tendo-se reunido aqui com os condes moçárabes que estavam sob a sua soberania em 977. Foi de Viseu que este general partiu para as suas campanhas militares, em 988 para Leão, em 995 para Astorga, e em 997 para Santiago de Compostela, o baluarte da cristandade de então. No regresso de Santiago de Compostela foi em Viseu que Almansor se despediu e agradeceu aos condes moçárabes que o haviam acompanhado e distribuído o saque.
Viseu terá, assim, servido de rectaguarda ao exército de Almansor que, em campanha, podia reunir até 25000 homens a cavalo, regressando das campanhas com número elevado de cativos.
As novas placas informativas a que me referi em 2009/03/13 [ligação] já foram colocadas e por esse motivo ontem aproveitei para as fotografar. São três e foram criadas pela empresa viseense "Arquehoje" [ligação] que acompanhou os trabalhos de "requalificação e também é responsável pelos textos em português e inglês. Hoje apenas irei divulgar, com o devido agradecimento, o conteúdo das placas existentes junto do monumento a Viriato (A História e o Mito) e na nova praça de acesso à "Cava de Viriato" (Cidade-Acampamento Islâmica), cuja existência não está sinalizada. A terceira placa dedicada à descrição e construção da fortaleza será assunto para próxima oportunidade.
P.S. - Aproveito para "sinalizar" que a nova iluminação não tem qualquer utilidade pois continua inexplicavelmente desligada.