EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20080213

Aldrabas, Batentes e Portas de Viseu



Batente em forma de mão negra na Rua Silva Gaio

(...)" São tristes as aldeias, porque o granito beirão, mal desbastado e enegrecido, lhes dá a cor do luto; e como elas, e como a oliveira, é triste o aspecto do país. Não há as amplas planuras, em que a vista se deleita e se namora; nem os meandros da lisa corrente a luzir, em longa fita, por entre as folhas dos salgueirais; nem o alvejar de muita casa branca, no pendor das colinas; nem a laranjeira odorosa, enfileirada em pomares extensos, que, fora do Vale de Besteiros, somente a encontrareis como benéfico atavio da casa do lavrador!" (...)
Silva Gaio, in "Mário" - romance publicado em 1868

António de Oliveira da Silva Gaio (1830-1870) nasceu em Viseu e faleceu em Buçaco. Educado no seminário de Almeida, formou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, onde foi professor. Fundou na mesma cidade "O Comércio de Coimbra". Publicou apenas um romance, Mário, que relata as lutas entre liberais e absolutistas, inserindo-se na corrente romântica, com influências de Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco. Obras de ficção: Mário (1868). Teatro: Frei Caetano Brandão (1869).

Recolhido no "Projecto Vercial"