Como estava o Poço do Nicolau ontem à tarde
UM RIO QUE NÃO TEM BRIO
Rapazes da minha idade,
Nascidos cá na cidade,
Que os sessenta já abordam,
Nas suas invocações,
Dos tempos de matulões
Belas passagens recordam...
Nascidos cá na cidade,
Que os sessenta já abordam,
Nas suas invocações,
Dos tempos de matulões
Belas passagens recordam...
O "poço do Nicolau",
Que ao tempo não era mau,
É conversa obrigatória...
Às vezes dos professores,
Nas fugidas aos calores,
Comiam de palmatória...
Ali, nas águas do rio,
A nadar ao desafio,
Faziam mil brincadeiras!
Lá se via rico e pobre,
O plebeu e o nobre,
Unidos pelas asneiras!
(...)
Penso que chegou a altura
De pôr uma cobertura
Nessa vala, que foi rio,
P'ra tapar tantas misérias
E as fedorentas matérias
Que vemos com arrepio!
Quando tal obra for feita
Nossa cidade é perfeita
E findará todo o mal!
E garanto, à minha fé,
Que Viseu, com isso, é,
Rainha de Portugal!
Que ao tempo não era mau,
É conversa obrigatória...
Às vezes dos professores,
Nas fugidas aos calores,
Comiam de palmatória...
Ali, nas águas do rio,
A nadar ao desafio,
Faziam mil brincadeiras!
Lá se via rico e pobre,
O plebeu e o nobre,
Unidos pelas asneiras!
(...)
Penso que chegou a altura
De pôr uma cobertura
Nessa vala, que foi rio,
P'ra tapar tantas misérias
E as fedorentas matérias
Que vemos com arrepio!
Quando tal obra for feita
Nossa cidade é perfeita
E findará todo o mal!
E garanto, à minha fé,
Que Viseu, com isso, é,
Rainha de Portugal!
Adelino Azevedo Pinto (Rijo) in "Retalhos dos Meus Trabalhos" - 1985
Felizmente que a solução encontrada, ao fim de largas dezenas de anos e enormes gastos, foi outra. Para ver outros artigos e outros versos - Clique P.F.