EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20071015

O Poço do Nicolau


Como estava o Poço do Nicolau ontem à tarde

UM RIO QUE NÃO TEM BRIO

Rapazes da minha idade,
Nascidos cá na cidade,
Que os sessenta já abordam,
Nas suas invocações,
Dos tempos de matulões
Belas passagens recordam...

O "poço do Nicolau",
Que ao tempo não era mau,
É conversa obrigatória...
Às vezes dos professores,
Nas fugidas aos calores,
Comiam de palmatória...

Ali, nas águas do rio,
A nadar ao desafio,
Faziam mil brincadeiras!
Lá se via rico e pobre,
O plebeu e o nobre,
Unidos pelas asneiras!

(...)

Penso que chegou a altura
De pôr uma cobertura
Nessa vala, que foi rio,
P'ra tapar tantas misérias
E as fedorentas matérias
Que vemos com arrepio!

Quando tal obra for feita
Nossa cidade é perfeita
E findará todo o mal!
E garanto, à minha fé,
Que Viseu, com isso, é,
Rainha de Portugal!

Adelino Azevedo Pinto (Rijo) in "Retalhos dos Meus Trabalhos" - 1985

Felizmente que a solução encontrada, ao fim de largas dezenas de anos e enormes gastos, foi outra. Para ver outros artigos e outros versos - Clique P.F.