D. Maria I, mandou cobrar contribuição sobre todo vinho, vendido na comarca de Viseu, para financiar a construção do novo Hospital da Misericórdia de Viseu
“Hospital Novo
Lançou-lhe com grande pompa a primeira pedra o bispo D. Francisco Monteiro Pereira d’Azevedo no dia 29 de março de 1793 e sob a mesma pedra se colocou um exemplar de todas as moedas portuguezas cunhadas até aquelle tempo no reinado de D. Maria I, a qual, por provisão de 12 de Fevereiro de 1799, obrigou todos os concelhos da antiga comarca de Viseu a pagarem um real de contribuição por cada quartilho de vinho e arratel de carne em favor das obras do dicto hospital, mas muitos concelhos, alegando a distância d’elles à séde da comarca, não quiseram sujeitar-se á dicta contribuição. Alguns foram compelidos judicialmente e outros nada pagaram até hoje, pelo que, aberto o novo hospital, a Misericórdia se recusou a aceitar doentes pobres d’aqueles concelhos e só mediante uma avença com as respectivas camaras os aceita, - avença que hoje é de 160 réis diarios pelo tractamento de cada doente pobre dos ditos concelhos.”(…)
Fonte: “PORTUGAL ANTIGO E MODERNO, DICCIONARIO…” de Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, continuado por Pedro Augusto Ferreira, Lisboa, Livraria Editora de Tavares Cardoso & Irmão, 5 - Largo de Camões – 6, 1890.
Ilustração: Brasão da Cidade de Viseu, no edifício do antigo hospital (actualmente transformado em "Pousada"). O rei de Leão, Ramiro II, está sobre as muralhas de Gaia, fortaleza onde entrou disfarçado de peregrino, soprando a buzina referida na "Lenda de Gaia", com uma bandeira na mão esquerda. O logro teve a finalidade de permitir resgatar vários familiares, a esposa e os filhos do rei que nesta difícil e perigosa empresa, contou com a ajuda de muitos homens de Viseu. A árvore simboliza a floresta, na qual ficaram escondidos os guerreiros que ao ouvir soar a buzina, assaltaram a fortaleza cuja porta estava escancarada.