EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20081112

176.000 Bem-Hajam


O monumento a Viriato e as folhas do castanheiro-da-índia
OUTONO

Caem as folhas…
Castanhas, vermelhas, amarelas
Chegou o Outono…
E mais um vês elas caem
Caem as folhas…
Castanhas, vermelhas, amarelas
Chegou o Outono…
E mais um vês elas caem
Sem sentido…
À deriva no vazio…
Sozinhas…
Procurando um poiso, uma paragem
E assim que atingem o chão,
Uma nova rajada as levanta
E lhe dá vida…
Uma vida serena…
Como o correr de um rio calmo procurando a foz
Uma vida atribulada…
Como o correr do sangue é nossas veias
Uma vida passageira
Como aquela que vivemos neste mundo,
E o qual… não queremos deixar…
Porque será a morte uma traição?!
Uma traição da alma em relação ao corpo
Porque terá a alma em nós uma presença tão forte?
E volta de novo o Outono…
E as folhas que ascendiam caem flutuando nos céus
Como bolhas de sabão tentado luzir um pouco mais
E a morte espreitando de esguelha…
Tentando aplicar o golpe mais cruel e desumano…
E de novo o Outono
E de novo a aragem da vida…
E já não vislumbramos as folhas…

Raquel Carreiras - Escola EB1 Avis