EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


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20160817

A FEIRA SOFREU REVOLUÇÃO


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O “Jornal da Feira” edição de 12 a 18 de Agosto publica uma entrevista com o presidente da câmara municipal, Dr. Almeida Henriques, com o título “A FEIRA FRANCA SOFREU UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA”.

A leitura da entrevista permite saber que a requalificação do recinto teve como objectivo tornar o local mais agradável, onde as senhoras possam passear de salto alto e os carrinhos de bebé rolem bem, em toda a feira, para poder vir a ser, "cada vez mais um polo de atracção turística”. Terá chegado o momento de promover o evento internamente e no estrangeiro, principalmente em Espanha, sendo o alvo mais óbvio Salamanca e criar condições para "tirar proveito dos muitos milhões de turistas que chegam a Portugal pelo aeroporto Francisco Sá Carneiro do Porto".
O autarca afirmou que o espaço ocupado pela feira está consolidado, foram construídas instalações sanitárias e que no próximo ano pretende “fazer novos sanitários junto à “Praça de Viriato”, talvez se esteja a esquecer da existência da “Zona de Protecção da Cava de Viriato”?. O monumento e o Viriato este ano tiveram o azar de ficar tapados com uma praça, um camião publicitário e várias barracas mas no próximo ano, está prometido dar maior visibilidade ao monumento. Em Lisboa no início do mês de Março, a mando do Dr. Almeida Henriques, o Dr. Jorge Sobrado leu a proclamação que elegia “2017 - Ano Oficial para Visitar Viseu” que o presidente a seguir assinou. Vem aí um fartote de propaganda, festas e obras que estiveram a aguardar financiamento e ocasião. Retornando à feira – O balão de ar quente irá voltar no próximo ano para “feirar no ar”, apesar do pino do Verão não ser a época apropriada para a realização dos voos.  Mas  uma vez que “Só a partir do ar é possível ver o octógno da Cava”, a prometida grande visibilidade da Cava de Viriato obrigará finalmente a limpar o "lixo" do “Lago”, os matagais e as silvas da Quinta da Machada? Convém que os turistas que em grupos organizados sejam atraídos para visitar o monumento não embaraçem os guias.
Se o “terreiro da FSM está formatado para acolher 50.000 pessoas”, deveria existir o conhecimento do número de pessoas presentes na feira, actualmente não é possível conhecer esse número, o recinto não é elástico e continua sem sinalização adequada para corredores de evacuação e saídas de emergência. No próximo ano as barracas das enguias vão ser “alteradas por estarem ultrapassadas” porque a câmara deseja uma feira “genuína, com tradições mais inovadoras” (perceberam?). Os lucros obtidos pela organização (Viseu Marca) serão investidos “na requalificação do espaço e na organização de outros eventos ao longo do ano.” Não será estranho que uma associação cultural sem fins lucrativos, vá a fazer “filhos em mulher alheia” – o espaço público da feira?