EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20150119

Palacete do Conselheiro Afonso de Melo



O Palacete do Conselheiro Afonso de Melo localizado na Avenida António José de Almeida, conhecido durante muitos anos como “Casa do Rossio”, começou a ser construído nos finais do século XIX (1871), por iniciativa do Conselheiro José Maria de Sousa Macedo que foi o último presidente da Câmara Municipal de Viseu antes do derrube do regime monárquico e implantação da República, em 5 de Outubro de 1910. O imóvel teve sucessivos proprietários até chegar à posse de Afonso de Melo por herança da sua esposa. O Conselheiro Afonso de Melo Pinto Veloso, nasceu em Águeda em 9 de Setembro de 1878, formado em Direito exerceu diversos cargos de relevo: Juiz no Supremo Tribunal de Justiça, Governador Civil do Funchal, representante de Portugal no Tribunal Internacional de Haia, Senador, Ministro da Justiça e Ministro da Instrução Pública [saber +].
O edifício possui planta rectangular, evoluindo em dois pisos, com mansarda e fachadas simétricas. O pano da fachada central ostenta boa cantaria de granito decorada com motivos vegetalistas, típicos da “Arte Nova”. A mansarda ostenta vãos de perfil circular, contrastando com os perfis rectilíneos dos dois pisos principais. Um corpo anexo com mansarda e três janelas maineladas (separadas por colunas), com painéis de azulejos, sobre um arco abatido dava acesso às traseiras.
O palacete foi durante várias décadas o centro da vida social, cultural e política viseense, de modo especial enquanto foi propriedade do General José Victorino de Souza e Albuquerque, que aí faleceu em 30 de Dezembro de 1916. A casa acolheu o Presidente da República, General Óscar Fragoso Carmona, quando visitou e pernoitou na cidade em Junho de 1928. No piso térreo esteve instalado um “supermercado”, que usava o piso superior como armazém O edifício ficou cada vez mais degradado até que em 1989 foi vendido a um banco que fez grandes obras de restauro e adaptação às novas funções. Do edifício original apenas restam a fachada, a sala de música e a sala de reuniões. A casa foi classificada como "Imóvel de Interesse Municipal", por edital de 22 de Abril de 2004.

Fonte: “Monumentalidade Visiense”, de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa, Edição AVIS, Viseu, 2007