Findou-se no dia 14 de Setembro de 2014 a feira anual de Viseu, facto inaudito porque aconteceu uma semana antes da celebração do seu padroeiro, São Mateus a 21 de Setembro. O presidente da câmara, Dr. Almeida Henriques obliterou a sua vereadora da cultura e gerente executiva da EXPOVIS, Dra. Odete Paiva para mais uma vez assumir o protagonismo e anunciar que o evento registrou 800.000 entradas. Muito longe do milhão que só um milagre poderia tornar possível, mas a grande preocupação do presidente são os resultados do estudo de impacto económico, realizado no decorrer da feira por alguns jovens que avistei a "inquirir" visitantes. Depois de tratados os dados serão analisados com o objectivo de permitir estabelecer uma estratégia para "fazer crescer a feira". Imaginem que o presidente da câmara necessitou de mandar fazer um estudo para ficar a saber que "esta feira é muito importantes para a comunidade emigrante" e por esse motivo "iremos dedicar-lhes um dia, com uma grande festa, em meados de Agosto", afirmou. Outra novidade é a intenção de realizar em Setembro, no último fim de semana da feira, um "Festival de rock" para cativar os jovens estudantes e fazer com que antecipem a vinda para Viseu. Também é intenção do presidente do município tornar o "cartaz mais eclético" (variado) e voltar a colocar o palco principal junto ao Rio Pavia. Igualmente afirmou pretender "fazer uma boa ligação entre as duas margens do rio (Pavia) e a Cava de Viriato tantas vezes esquecida". O Dr. Almeida Henriques não se estará a esquecer que a EXPOVIS irá ser liquidada para dar lugar a uma nova associação, na qual o município terá uma posição minoritária e assim sendo não poderá definir as estratégias de acção, Relembro - "Em vez de a autarquia ser a dona do negócio, vai ser parceira, na lógica da participação de rede que defendemos. A autarquia não assumirá uma posição maioritária nesta gestão" [saber +].
A poucos dias do encerramento do certame o edil anunciou que a feira iria ser autosuficiente, será que foi? Quantas das 800.000 entradas foram pagas? qual foi afinal a quebra verificada na bilheteira no mês de Setembro, lembro-me que no dia 7, veio à feira Quim Barreiros e no dia 13, foi a vez do Emanuel e ocasião oportuna para voltar a aumentar os bilhetes, de 2.5 para 5 euros. Em trinta e oito dias de feira, houve vinte e um em dias com entrada livre e
dezassete com entradas pagas: doze dias a 2.5 euros, três dias a 5 euros e
dois dias a 7 euros, neste números estão incluídos três dias em que a receita reverteu para fins de solidariedade. Também sabemos que os eventos desportivos e outros tradicionalmente patrocinados pela organização da feira, foram muito reduzidos em número, alguns deles não chegaram mesmo a realizar-se e teme-se pelo seu futuro. Os estudo dos pedidos de patrocínio passou a ser da responsabilidade do Pelouro do Desporto do Município e as despesas pagas pelo orçamento municipal. Este facto fez diminuir as despesas da organização da feira e transferiu o poder decisão da gerência do evento, habitualmente consensual para o vereador do Desporto. Vamos aguardar as conclusões do estudo, nessa ocasião deverá haver novidades e talvez esclarecimentos sobre o balanço económico e financeiro da feira.
Fonte principal: Sandra Ferreira in "JN" de 15 de Setembro de 2014 (patrocínio da Feira de São Mateus e EDP)
Fonte principal: Sandra Ferreira in "JN" de 15 de Setembro de 2014 (patrocínio da Feira de São Mateus e EDP)