EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20120917

Portal com Brasão Eclesiástico


Na Rua Augusta Cruz, próximo da Praça D. Duarte, existe um interessante e enigmático portal, “luxuosamente ornamentado” e encimado com um brasão eclesiástico que infelizmente está em mau estado de conservação e a ameaçar ruína. Curiosamente os motivos que decoram cada um dos pilares são totalmente diversos e não simétricos como habitualmente. Estranhamente o brasão parece possuir uma tríplice tiara, chapéu reservado aos pontífices. As armas  duas chaves em X  (?) são adornadas com cordões e borlas. Será  obra do século XVII? e porque motivo destoa da envolvência?
No “Portugal Antigo e Moderno” de Pinho Leal, Lisboa  1890 é referido que a casa e os edifícios próximos pertenceram à família dos Abreu e Magalhães, Morgados da Santa Cristina.  Nessa época o seu proprietário era o “negociante Perdigão” (José Perdigão, pai do Dr. Azeredo Perdigão, deputado na 1ª República, Presidente do Centro Federal Republicano da Beira Alta, Editor do jornal “A Beira”, Gerente do Banco Agrícola e Industrial Visiense e Presidente da Associação Comercial e Industrial de Viseu) que tinha feito muitas obras porque as casas estavam “em grande abandono e quasi em ruínas”.
Os periódicos “Liberdade”, “Districto de Viseu” e “Jornal de Viseu” eram impressos numa tipografia instalada num dos edifícios que no século XX foi propriedade de Gilberto de Carvalho (1904/1973) – jornalista,  Bispo da Igreja Evangélica Baptista e amigo de Aquilino Ribeiro.

Fontes: Obra citada e “Monumentalidade Visiense” de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa , Edição AVIS, Viseu 2007