(...) "Apesar de os exércitos lusitanos chegarem a ter muitos milhares de homens, a sua estratégia não mudava e uma das razões do fracasso romano contra eles, foi o facto de os generais romanos não terem conseguido compreender e adaptar-se a essa estratégia de guerilha. Os Lusitanos sempre evitaram enfrentar os Romanos em campo aberto e nas poucas vezes em que isso aconteceu, estes venceram e eles tinham consciência da sua inferioridade nessa situação. A sua preparação era para uma guerra de emboscadas permanentes, de enfrentamento do inimigo e fugas rápidas e não para uma batalha com tropas estáticas dispostas estrategicamente em terreno de combates." (...)
João Luís Inês Vaz in "Lusitanos no Tempo de Viriato - Quotidiano e Mito" [ligação]
O monumento a Viriato erigido em 1940, da autoria do escultor espanhol Mariano de Benlliure, retrata muito bem essa estratégia. Viriato sobre uma grande pedra de granito, empunha na mão direita uma falcata ibérica, tem um punhal à cinta e exibe-se com o seu escudo em ar de desafio. Mas não está sozinho porque escondidos estão cinco dos seus guerreiros equipados prontos a cair de surpresa sobre o detestado invasor. Viriato usa uma capa de pele, talvez de urso simbolizando a força, sobre o ombro esquerdo descendo pelas costas, mas os outros usam vestimentas e armamento ligeiro – lanças curtas, punhais e pequenos escudos redondos que também poderiam ser usados como arma de ataque.
A ideia inicial do escultor era colocar de frente para o grupo escultórico uma loba, simbolizando a república romana, mas o animal despido da sua simbologia original acabou por ser colocado no Fontelo, num grande penedo, sobre a fonte de São Jerónimo.
P.S. - A nova iluminação da "Cava de Viriato" continua desligada e inútil. Comprar um objecto dispendioso e depois não lher dar qualquer utilidade é um desperdício, para não dizer outra coisa...
