Desde as primeiras décadas do século XX que nos jardins, praias, miradouros e outros locais mais visitados começaram a aparecer, principalmente nos meses de Verão, os fotógrafos "A la minuta". Durante o resto do ano alguns andavam de aldeia em aldeia a oferecer os seus serviços ou a fotografar em festas, romarias ou cerimónias religiosas.
Muitos usavam um colorido "cavalinho" de madeira ou cartão que os rapazitos montavam alegremente enquanto sorriam para a lente na frente do "caixote de madeira". Também executavam fotos tipo passe, mais baratas e com maior rapidez, embora de menor qualidade, que os fotógrafos de porta aberta. Era necessário ficar muito quietinho senão a foto ficava tremida...
Além da máquina o fotógrafo ambulante transportava um balde, frascos de químicos, vasilhas com água para e lavar as fotos que depois pendurava num cordel a secar, usando molas de madeira da roupa.
Os fotógrafos mais habilidosos produziam, usando cartões recortados, imagens dentro de "molduras", muitas vezes corações enlaçados que eram muito apreciados pelos namorados. O "caixote" montado sobre um tripé estava equipado com uma manga de pano negro e era, simultaneamente, máquina fotográfica e câmara escura. Para mim era um mistério quando o via colocar, de cabeça para baixo, aquilo que mais tarde vim a saber ser o negativo numa tábua de frente para a objectiva. Lateralmente e emolduradas podiam ver-se várias fotos que serviam como amostras.
Tive a sorte de conhecer na "Cava de Viriato", nos finais década de 50, quando ainda era muito pequeno, um fotógrafo "A la minuta". Muitas vezes fui ver o Sr. Joaquim Ramirez, um portuense de origem galega, um homem alto de bonita figura e de boina espanhola no alto da cabeça, fazer magia com o seu “caixote”, um balde com água, uma esponja e por fim uma toalha para limpar as mãos.
Magalas, sopeiras, estudantes e alguns visitantes pareciam ser os seus melhores clientes. Depois apareceram os primeiros "Kodak´s", máquinas fotográficas pessoais baratas e depois as "Polaroid's", e os fotógrafos ambulantes foram condenados. Mas ainda há alguns por aí que continuam a "encantar" usando uma velha mas fantástica tecnologia que permite guardar um pedaço do tempo num papel.
O Sr. Joaquim habitualmente exercia a sua arte, executava os seus números de magia do lado direito do Viriato, à esquerda das imagens, costumava usar o monumento como fundo e o friso da parede de granito, onde está inscrita a dedicatória do monumento, erigido em 1940 e da autoria de Mariano Benlliure, para secar as suas fotos ao sol.
Muitos usavam um colorido "cavalinho" de madeira ou cartão que os rapazitos montavam alegremente enquanto sorriam para a lente na frente do "caixote de madeira". Também executavam fotos tipo passe, mais baratas e com maior rapidez, embora de menor qualidade, que os fotógrafos de porta aberta. Era necessário ficar muito quietinho senão a foto ficava tremida...
Além da máquina o fotógrafo ambulante transportava um balde, frascos de químicos, vasilhas com água para e lavar as fotos que depois pendurava num cordel a secar, usando molas de madeira da roupa.
Os fotógrafos mais habilidosos produziam, usando cartões recortados, imagens dentro de "molduras", muitas vezes corações enlaçados que eram muito apreciados pelos namorados. O "caixote" montado sobre um tripé estava equipado com uma manga de pano negro e era, simultaneamente, máquina fotográfica e câmara escura. Para mim era um mistério quando o via colocar, de cabeça para baixo, aquilo que mais tarde vim a saber ser o negativo numa tábua de frente para a objectiva. Lateralmente e emolduradas podiam ver-se várias fotos que serviam como amostras.
Tive a sorte de conhecer na "Cava de Viriato", nos finais década de 50, quando ainda era muito pequeno, um fotógrafo "A la minuta". Muitas vezes fui ver o Sr. Joaquim Ramirez, um portuense de origem galega, um homem alto de bonita figura e de boina espanhola no alto da cabeça, fazer magia com o seu “caixote”, um balde com água, uma esponja e por fim uma toalha para limpar as mãos.
Magalas, sopeiras, estudantes e alguns visitantes pareciam ser os seus melhores clientes. Depois apareceram os primeiros "Kodak´s", máquinas fotográficas pessoais baratas e depois as "Polaroid's", e os fotógrafos ambulantes foram condenados. Mas ainda há alguns por aí que continuam a "encantar" usando uma velha mas fantástica tecnologia que permite guardar um pedaço do tempo num papel.
O Sr. Joaquim habitualmente exercia a sua arte, executava os seus números de magia do lado direito do Viriato, à esquerda das imagens, costumava usar o monumento como fundo e o friso da parede de granito, onde está inscrita a dedicatória do monumento, erigido em 1940 e da autoria de Mariano Benlliure, para secar as suas fotos ao sol.