EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20240824

"Clube Académico de Futebol" - Extinto


A data da fundação do extinto Clube Académico de Futebol nunca foi suficientemente esclarecida. Segundo consta  dos Estatutos, aprovados por despacho de Sua Excelência o Secretário de Estado da Educação Nacional de 4 de Fevereiro de 1961 - "Capítulo Primeiro - Denominação, Fins e  Sede", Artº 1º ´- O Clube Académico de Futebol, também designado pelas iniciais C.A.F., é uma associação desportiva fundada em 1917, que se rege pelos presentes estatutos". [ver]
Foi grande a minha surpresa quando há já algum tempo, deparei com este quadro com a indicação do dia 9 de Novembro de 1917, como tendo sido a data da fundação da associação. Não consegui apurar a data da edição da estampa mas é provável que tenha sido em 1987, quando o clube completou 70 anos. A direcção certamente teria tido acesso a um documento que lhe permitiu indicar essa precisa data. O ano de 1917 foi a data oficial e serviu para a filiação na Federação Desportiva de Viseu (actual Associação de Futebol de Viseu). Porém no Capítulo 7º,  Artº 74 - a última semana de Junho é destinada à realização da "Festa Clubista, em comemoração da fundação do clube, prazo que poderá ser prorrogado por um mês." Porque motivo a festa era celebrada em Junho, por ser Verão ou por razão desconhecida?
Passo a reproduzir alguns dos artigos desses estatutos para recordação dos mais velhos e satisfazer a curiosidade dos jovens:
(...)"Capítulo Segundo - Insígnia. Estandarte. Uniforme
Artº 7º - O estandarte do Clube é um rectângulo de tecido branco, debruado por um faicha preta, tendo ao centro o escudo insígnia.
Artº 8º - As equipas do Clube são constituídas, tendo por base a cor preta.
parágrafo único - Quando haja necessidade de mudar as equipas, adoptar-se-ão as equipas do Sporting Clube de Portugal" (...)
"Capítulo Sétimo - Das disposições Gerais, Artº 70 - São expressamente proibidos, nas dependências do Clube, jogos de azar." (...)
"Artº 73 - O Clube far-se-á representar no funeral dos seus sócios com o estandarte, fazendo também hastear na sede, a bandeira a meia-haste, nesse dia." (...)

O Clube Académico de Futebol (C.A.F.) era conhecido por "Académico de Viseu", para o distinguir de outras associações de outras localidades também com a designação de "Académico" e a sua extinção foi originada por pedido de insolvência, processo judicial iniciado em 2005 e encerrado no dia 26 de Fevereiro de 2010.

O novo "Académico", o "Académico de Viseu Futebol Clube" teve origem no Grupo Desportivo de Farminhão que em 2005 mudou a sua designação para a actual, também mudou de cores, emblema e a sua sede social, de Farminhão para Viseu e com a concordância da câmara passou a jogar no Fontelo.

20240822

"Feiras de Viseu" - Dr. José Coelho

 
Texto publicado em 31 de Julho de 2014 que teve a imagem embargada, graças a "bandidagem" desconhecida, e que a agora se volta a repetir:

"(…) - foi D. João I logo nos começos do seu reinado (1386), o fundador, em Viseu, de uma feira anual, livre de metade da sisa, a começar em 23 de Abril, dia de S. Jorge, defensor do Reino.
Em Viseu estabeleceu o Mestre de Avis a sua Côrte durante algum tempo, aqui lhe nasceu o primogénito – D. Duarte – e de Viseu lhe foi prestado valioso auxílio nas guerras com Castela, pelo que natural seria que este monarca tratassse esta cidade com especial deferência. D. Duarte confirma a concessão do Pai nos começos do seu reinado, embora depois, por motivos ignorados, a Feira deixasse de se fazer por algum tempo.
Dentro em breve os procuradores de Viseu, nas Côrtes de Santarém, pedem, mas em vão, o restabelecimento da Feira.
No entanto não desistem, pois em breve o voltam a fazer nas Côrtes de Évora, sendo então o pedido deferido por D. Duarte – em memória de ter sido nesta cidade o seu nascimento – tendo concedido a Feira com todos os privilégios outorgados à de Trancoso, menos sisa (Carta de Estremoz, de 17-IV-1436) – e ainda que fosse três dias franca, mercê concedida em Almeirim.(...)"
 
Dr. José Coelho [saber +

“(,,,) Trancoso teve carta de feira dada por D. Afonso III, em 8 de Agosto de 1273. Nela mandava o soberano que se fizesse feira na sua vila, todos os anos, devendo começar oito dias da festa S. Bartolomeu, em Agosto, e durar quinze dias. Em 1304 continuava a fazer-se esta feira anual em Trancoso, pois na carta de feira mensal concedida a Trevões, em 10 de Abril desse ano, se exceptua o mês de Agosto por nele se fazer a feira de Trancoso.
Pouco tempo depois, em 15 de Abril de 1306, D. Dinis mandou fazer feira em Trancoso, todos os meses, a começar três semanas andadas cada mês e durar três dias. Os privilégios são idênticos aos da carta de feira anual dada por D. Afonso III.(,,,)"
 
Francisco José Santiago Martins [saber +]