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Todo aquelle immenso povo ali passa a noite em folguedo e no dia seguinte, ao nascer do sol, rompe e se organiza a histórica e legendaria cavalhada.
Na frente vae o mordomo da funcção, que é quasi sempre um moleiro, montado em um soberbo cavallo e vestido de casaca preta e chapéu armado com plumas, levando de um lado o seu Alferes da Bandeira com o pendão do Baptista – e do outro dois membros da mesa da irmandade de S. João, todos os 4 com os rostos descobertos e montados em bons ginetes. Segue-se depois a cavalhada, por vezes em numero de 100 cavalleiros, todos mascarados e vestidos de modo mais caprichoso e exotico, parodiando os trages de todas as epochas?!...”(...)
(...)” A dicta cavalhada hoje é única em toda esta província e em todo o nosso paiz talvez. Deixa a perder de vista qualquer das scenas mais espectaculares das festas de S. João em Braga – e a velha e luzida cavalgata da câmara de Villa Real de Trás-o-Montes na manhã de S. João também.” (...)
Retirado de “Portugal Antigo e Moderno, Diccionario...” de Augusto Soares de Azevedo Barbosa de Pinho Leal, continuado por Pedro Augusto Ferreira. Lisboa, Livraria Editora de Tavares Cardoso & Irmão, 5 - Largo de Camões – 6, 1890.
P.S. - As cavalhadas tiveram origem num conflito, entre agricultores e moleiros, a propósito das águas do Rio Pavia, que acabou no tribunal com sentença favorável para os moleiros de Vildemoinhos [Ligação].