EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20100716

1925 - O Crime da Poça das Feiticeiras



Foi neste local no antigo caminho que de Viseu, pela Via-Sacra e São Caetano, conduzia a Ranhados que na madrugada de 17 de Julho de 1925, apareceu um homem morto dentro duma poça. A macabra descoberto foi feita, um pouco antes de baterem as cinco horas, por dois polícias que se iam apresentar ao serviço, na esquadra de Viseu. Depois de acordada e em alvoroço a gente das quintas mais próximas, dois rapazes foram bater à porta da casa da Quinta de São Caetano. A Claudino Lopes Ribeiro, genro do proprietário João Alves Trindade, que se chegou a uma janela perguntaram pelo sogro. Depois de verificar que não se encontrava na cama foram a correr à poça e confirmaram ser o corpo do Trindade que estava caído na água. Chamadas as autoridades e feita a autópsia verificou-se que fora assassinado e só depois arremessado para a presa.
Por suspeita da autoria do crime foram presos e condenados, no Tribunal de Viseu em 12 de Novembro de 1927, com pesadas penas de prisão e degredo: o genro Claudino, a filha Silvina Trindade Ribeiro e ainda uma criada Albina Correia, numa pena mais ligeira por encobrimento. João Trindade preparava-se para despejar o genro e a filha da casa mas os réus sempre negaram a autoria dos crimes. Sentindo-se injustiçados lutaram durante anos nos tribunais, apresentando recursos e apelos que não foram atendidos, atribuindo o seu infortúnio à disputa pela herança do morto, um detestado "africanista" que enriqueceu em São Tomé, pessoa de mau carácter, muito dado à bebida e outros vícios.
Estes acontecimentos serviram de inspiração ao romance - “Eugénia e Silvina” de Agustina Bessa-Luís [ligação].