Existe um forte laço que liga São Bernardo (de Claraval) (1090-1153) aos primórdios da nacionalidade, nada mais natural uma vez que o Conde D. Henrique era originário da Borgonha (região da actual França) e seu parente. É certo que se correspondeu com D. Afonso Henriques que concedeu grandes privilégios à Ordem de Cister, talvez para agradecer a sua intervenção junto do Papa, o seu antigo aluno Eugénio III (1145-1153), por o ter reconhecido como súbdito da Igreja de Roma e portanto confirmar o seu direito a governar um reino independente, uma vez que só se pode obedecer a um único senhor. D. Afonso I comprometeu-se a pagar como tributo quatro onças de ouro anuais. Segundo Agostinho da Silva "(..) a fundação de Portugal é acto inteiro da potência mística e de acção de São Bernardo, o de Claraval”.
Há lendas que dizem que o Santo terá estado no território nacional, em 1142 por ocasião da instalação da Ordem de Cister, no Mosteiro de São João de Tarouca de anterior obediência beneditina. Os Mosteiros de Lafões, Salzedas, Sever, Fiães e S. Pedro das Águias seguiram o mesmo caminho dos monges de Tarouca.
Os frades cistercienses e os Cavaleiros Templários, fortemente ligados à abadia de Claraval, tiveram um papel importantíssimo na ocupação e no alargamento e consolidação do novo reino. A sua abadia em Alcobaça, criada de novo foi uma das mais importantes casas que a ordem deteve em toda a Europa. O dia de São Bernardo é celebrado no dia 20 de Agosto.
Registo de azulejos na Rua do Chão do Mestre, assinado AR Santos, não datados, Fábrica Viúva Lamego - Lisboa