Na Primavera de 1921 uma renhida polémica animou a imprensa de Viseu sobre e etimologia e a grafia do nome da cidade. Um dos contendores no "Notícias de Viseu" defendia que se deveria escrever com Z. Foi então que inesperadamente um colaborador do "Jornal da Beira" veio defender a grafia S. A polémica azedou, os ânimos exaltaram-se, apareceram alusões à vida pessoal e ameaças de passar às vias de facto. Finalmente tudo acabou em bem!
Da polémica que nada esclareceu sobejaram uns versos publicados no "Comércio de Viseu", na edição do dia 22 de Maio de 1921, que em parte transcrevo mantendo a grafia original:
Da polémica que nada esclareceu sobejaram uns versos publicados no "Comércio de Viseu", na edição do dia 22 de Maio de 1921, que em parte transcrevo mantendo a grafia original:
Z & S
Ou a guerra do Alecrim e Mangerôna
Alecrim e Mangerôna
Discutem serenamente:
Mas se o raio da sanfôna
Desafina... fatalmente
Teremos grossa tapôna...
(...)
O que, em verdade, acho mau:
Pois, se intervêm na questão,
Gente de faca e calhau...
Os Córvos da Reacção
Serão quem pagam o patau...
.
Enfim, parece iminente
Tormenta que bom seria
Conjurar rapidamente:
Decretando uma grafia
Imparcial, coherente.
.
Eu, se o Congresso Beirão
Quiser descalçar a bota,
Lembro-lhe esta solução.
A meu vêr tão patriota
Como cheia de rasão:
Voltar a Vijeu com Jota,
Reatar a tradição...
SM
Fonte: Amorim Girão in revista "Beira Alta", Volume I, Fascículo I, 1º Trimestre de 1942