EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20080615

"A Recuperação da Cava de Viriato"


Continuam os trabalhos de recuperação e arranjo paisagístico da Cava de Viriato e como vem sendo habitual vou voltar ao tema.
Hoje vou referir-me aos trabalhos que fizeram desaparecer a chamada “cava de baixo”, um passeio aberto no século IXX quando a Cava foi ajardinada e transformada em passeio público. Neste caminho aberto na muralha foram colocados bancos de granito e um bebedouro para matar a sede aos passantes, aos visitantes a às aves. Era um óptimo local de descanso e lazer que não deveria ter sido destruído. Com a colocação em 1940 do Monumento a Viriato, da autoria de Mariano Benlliure, o local foi valorizado e passou a ter maior procura por parte de turistas nacionais e estrangeiros. Nas últimas décadas foi-se degradando imenso por culpa dos cidadãos e por culpa dos responsáveis pelo cuidado do património.
Este é mais um dos projectos que a sociedade ViseuPolis e a Câmara não tiveram o cuidado de divulgar convenientemente. Assim sendo só com o avanço das obras se vai descobrindo o que efectivamente irá ser feito. Uma descoberta desagradável foi ver desaparecer a “cava de baixo” e como é visível no local, apesar das vedações, o trabalho está a ser mal executado. Ao procurar “reconstruir” a muralha, entulhando o caminho existente, criaram uma descontinuidade no perfil da muralha que a descaracteriza ainda mais. Esse efeito é bem evidente no troço entre o monumento a Viriato e a Rua do Picadeiro. Acabaram por criar uma “rampa” que facilita a escalada da fortaleza, executaram um trabalho que muito bem se pode considerar um “remendo mal deitado”, como entendo que as imagens confirmam e uma visita ao local não desmentirá.