"Defesa da Fortaleza"
Vou hoje falar da Cava
A triste que não se lava
E tão esquecida está!...
Com o seu aspecto selvagem
Viu-se muito posta à margem
E tantas mágoas nos dá!
Pouco brio, pouco asseio,
Com tojo de metro e meio
Só lhe faltam javalis!...
Invadida, mutilada,
Francamente, está votada
A um desprezo infeliz!
(...)
Os turistas estrangeiros,
Os de cá, ou forasteiros,
Que vão ali de visita,
Hão-de dizer com franqueza,
Que tão nobre Fortaleza
Em nada nos nobilita!
Para agravar tanto mal,
Ao Viriato, um punhal,
E a um companheiro, uma lança,
Terrorristas arrancaram,
E de guerreiros passaram
A brinquedos de criança!...
Em nome dos meus vizinhos,
Tornados inocentinhos,
Sem armas, para defesa,
Eu peço, a quem de direito,
Mais atenção e respeito
Por tão velha Fortaleza!
Adelino Azevedo Pinto (Rijo)