EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
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20150313

Museu Grão Vasco


O Museu Grão Vasco, situado à esquerda do Adro da Sé, é um edifício datado de 1574 cuja construção se prolongou por três bispados: D. Jorge de Ataíde, D. Nuno de Noronha e D. Frei António de Sousa. Também é conhecido por “Paço dos Três Escalões” e “Colégio” (Seminário). Foi residência dos bispos de Viseu até 1810, quando D. Francisco Monteiro Pereira de Azevedo se mudou para o “Paço do Fontelo” para que no edifício fosse instalado um hospital para o exército Luso-Britânico envolvido na Guerra Peninsular - as “Invasões francesas”.
A edificação é renascentista de planta quadrangular e distribuída à volta de dois pátios interiores. As janelas são rectilíneas, a entrada principal é enquadrada por duas colunas que suportam um frontão com cornija, arquitrave, ornamentado com dois brasões laterais e um nicho vazio ao centro.
Foi no início do século passado que começou a circular em Viseu a ideia de criar um museu para evitar que obras de arte do património local continuassem a ser transferidas para Lisboa. Esta ideia foi defendida por um conjunto de personalidades viseenses de que se destacaram, o Capitão Almeida Moreira, o Conselheiro Afonso de Melo e o pintor Almeida e Silva. A câmara municipal apoiou os seus esforços e graças à intervenção do vereador Dr. José Coelho foi possível criar em 1913 o “Museu Regional de Arte” que em 16 de Março de 1916, pelo Decreto nº 2284-C, publicado no “Diário do Governo”, nº 51, passou a ser designado como “Museu Grão Vasco” e nomeou para Director e Conservador o Capitão Almeida Moreira.
O museu foi encerrado em 2001 para ser objecto de grandes obras de requalificação e modernização projectadas pelo Arqº. Souto Moura, tendo reaberto ao público em 2004,
O acesso ao museu faz-se pelo Adro da Sé que dá acesso ao Piso Zero onde estão a recepção, a livraria, a loja do museu e a sala de exposições temporárias. No Piso Um estão expostas várias colecções de cerâmica, mobiliário, arte sacra, escultura, ourivesaria e pintura dos séculos XIX e XX ( com destaque para obras de Columbano, Silva Porto, Malhoa, Dórdio Gomes e Alfredo Keil ).
Finalmente no Piso Dois está exposta grande parte da obra de Grão Vasco (Vasco Fernandes, c 1475/1542), com destaque para o monumental S. Pedro e trabalhos de outros pintores da chamada escola viseense, com destaque para Gaspar Vaz.

Fonte:"Monumentalidade Visiense", de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa [ver]