Um dos pormenores mais intrigantes das obras do Parque Linear do Rio Pavia foi a solução encontrada para fazer a circulação da água no trajecto do rio compreendido entre a Ponte das Barcas e a represa da Ponte de Pau (junto da antiga central eléctrica). Não se trata de uma inovação pois o sistema já existia só faltava a parte mais importante, a limpeza e oxigenação da água. O repuxo colocado no rio que completava o sistema lançava água suja! A tubagem anterior estava colocada discretamente sobre o cimento, junto dos muros da margem direita do Rio Pavia e ao atingir a represa junto da Casa da Ribeira seguia pelo meio do rio numa antiga vala mandada abrir pela câmara na placa de cimento com que já há muitos anos esconderam o leito do rio e quase o mataram. A vala serviu durante os meses de Verão para escoamento da água, suja e malcheirosa uma vez que o nível do leito antes da Ponte das Barcas não permitia a manutenção da corrente. Com a construção duma placa em cimento, entre a Ponte das Barcas e a Ponte de Pau, transformaram o rio num caneiro que até chegou a ser usado como parque para automóveis por ocasião da Feira de São Mateus...até que veio uma inesperada trovoada.
Bem sei que existe um plano para manter um lençol de água durante todo o ano que em parte não deixará ver os tubos, porém parece-me que a escolha do trajecto para a tubagem não foi o melhor e poderá trazer incómodos à futura navegação, de modo especial no rio das barcas.
