Largo Pintor Gata
"ESTA CAPELLA/ HE DO POVO QUE SE FEZ/ A CUSTA DAS ESMOLAS/ DOS DEVOTOS/ANNO DE 1742"
Esta inscrição não corresponde exactamente à verdade pois as esmolas não foram suficientes e o Cabido da Sé teve que comparticipar várias vezes nas despesas para que a obra fosse terminada. A devoção a Nossa Senhora dos Remédios terá começado pelo culto prestado a uma imagem colocada na face interior da velha muralha afonsina em data indeterminada. Em 1743 os devotos foram autorizados a mudar a imagem da muralha para o novo altar e foi efectuada a bênção do novo templo. Passados 4 anos em 27 de Junho os moradores da praça solicitaram e obtiveram autorização das autoridades eclesiásticas para fundar a Confraria de Nossa Senhora dos Remédios com sede na capela. A irmandade extinguiu-se em data desconhecida e a pequena capela ficou ao abandono. Os vizinhos fidalgos da Casa dos Melos chamaram-na sua e de quando em quando mandavam dizer uma missa. Em 1934 a família detentora do palacete viu-se envolvida em problemas e a capela fez parte dos bens arrestados. O erro acabou por ser desfeito graças à inscrição feita quase 2 séculos antes na torça do portal de granito e que acima se reproduz.
Hoje pelas 15h30 os moradores e outros devotos manifestam a sua fé realizando uma procissão entre a capela e a Igreja da Misericórdia, onde haverá Missa, e nova procissão de regresso à capelinha.
Escrito com a ajuda de - "Monumentalidade Visiense" de Júlio Cruz e Jorge Braga da Costa.