Finalmente, lembro que as obras deveriam ter acabado em Junho, os trabalhos chegaram ao Coval. O Coval era uma quinta que foi dividida em talhões, “sortes”, para serem arrendados a famílias que os cultivavam para sobreviverem melhor. Os terrenos da várzea do Pavia eram muito férteis e os ordenados dos maridos, nas oficinas ou no comércio, muito pequenos e não permitiam ir às compras às “regateiras” do mercado. Havia muitas lojas na cidade que vendiam, lenha, carqueja e carvão. Os comerciantes vendiam a crédito – fiado. Na mercearia o arroz, o feijão, a massa, o azeite e o petróleo que eram registados no livro da casa e na caderneta do freguês. Por vezes não batiam certo e havia algumas discussões. De quem não pagava dizia-se que “ ferrava o cão”…
O Ribeiro do Pintor há meses que foi desviado para alargamento e construção de novos muros já não faz chegar água ao Rio Pavia.
O Poço do Nicolau está entupido e é apenas uma lembrança nas memórias de quem o conheceu endemoninhado, escuro, escondendo saborosos barbos e enguias grossas.
O Ribeiro do Pintor há meses que foi desviado para alargamento e construção de novos muros já não faz chegar água ao Rio Pavia.
O Poço do Nicolau está entupido e é apenas uma lembrança nas memórias de quem o conheceu endemoninhado, escuro, escondendo saborosos barbos e enguias grossas.