EDITORIAL


Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta e obriga-me a gritar!
José Régio


Aqui o "Acordo Ortográfico" vale ZERO!
Reparos ou sugestões são bem aceites mas devem ser apresentadas pessoalmente ao autor.

20240904

Rapazes Tomai Cautela...

(...)




À noite, no "picadeiro",


Certo menino matreiro


Das fortunas indagou.


Créditos todos falidos,


Mulheres com teres p´ròs vestidos


Nem uma só encontrou!...



 

Esta vida tão cara


 quem tiver grande tara


Se deixa ir no embrulho...


Numa casa sem ter pão


Lá diz um velho refrão


Que nunca cessa o barulho.



 

Meninas dos tempos de hoje


Vede como um homem foge


De vos pedir ao papá.


Escusais fingir riqueza


Sentando-vos numa mesa


Do tal "Pavilhão de Chã"....



 

Tudo em vós são fantasias


Por isso ficais p´ra tias


E as Feira hão-de passar...


Mulher que tem merecimentos


Escusa, como os jumentos,


Que a levem a afeirar...



 

Adelino Azevedo Pinto (Rijo), in "Retalhos dos Meus Trabalhos", Viseu 1985