Em 10 de Outubro de 1914 nasceu, em Viseu, Maria Zulmira Casimiro de Almeida. O seu pai foi o famoso cavaleiro tauromáquico José Casimiro. Os seus irmãos Manuel e José eram praticantes da mesma arte.
Apesar de ter ficado para a posteridade como a “Maria Papoila” a nossa conterrânea foi muito maior nos palcos, onde se estreou profissionalmente em 1935, na revista “Viva a Folia”, cantando alguns números e integrada na Companhia de Maria das Neves, no Teatro Maria Vitória.
Já desde miúda que cantava e encantava a família e os amigos. Em Lisboa conquistou o público ao interpretar canções tradicionais da Beira Alta, envergando a capucha castanha, feita de burel, das serranas e exibindo a pronúncia da região de Viseu. No ano seguinte fez um aplaudido travesti na peça “João Ninguém” e rapidamente obteve sucesso em revistas e operetas. Em 1941 casou com Vasco Santana e formou uma dupla de enorme êxito. Alguns anos mais tarde e depois de uma dolorosa e algo escandalosa separação, a nossa Mirita, passou a ser mal vista, no meio teatral e a sua carreira começou a desmoronar-se. Em Março de 1956 tentou a sua sorte no Brasil, para onde foi trabalhar e viver, sem grande nota. No ano de 1964 voltou a Portugal para trabalhar no Teatro Experimental de Cascais. Em Janeiro de 1966, inaugurou uma nova fase do seu trabalho, estreou-se em “A Casa de Bernarda Alba”, de Frederico Garcia Lorca.
Voltou ao teatro mais popular e apesar de ter participado em vários projectos vocacionados para a fazer brilhar, “A Maluquinha de Arroios” – 1966 e “O Comissário de Polícia” – 1968, não conseguiu recuperar o anterior fulgor.
A fatalidade bateu-lhe à porta, em 12 de Novembro de 1968, no Porto onde sofreu um grave acidente de viação. Impossibilitada de volta ao palco e deprimida acabou por desistir de viver, em 25 de Março de 1970, na sua residência em Cascais.
O filme “Maria Papoila” estreou-se em 15 de Agosto de 1937, no São Luís, em Lisboa:
“(...) Nessa história da pastora beirã que vem para sopeira em Lisboa, Leitão de Barros, consegui, em grande parte devido à genial criação de Mirita Casimiro (...), um retrato admirável da oposição do mundo rural, mundo da pequena burguesia urbana, com pinceladas fulgurantes para o microcosmos dos grandes pilares da ordem portuguesa de então: a família (quer da casa de Maria Papoila quer na do namorado), o exército (o rapaz dela é magala) e a Justiça, com a magistral sequência em que Maria Papoila se apresenta no Tribunal para salvar o magala, com o sacrifício da sua “honra”.”
Apesar de ter ficado para a posteridade como a “Maria Papoila” a nossa conterrânea foi muito maior nos palcos, onde se estreou profissionalmente em 1935, na revista “Viva a Folia”, cantando alguns números e integrada na Companhia de Maria das Neves, no Teatro Maria Vitória.
Já desde miúda que cantava e encantava a família e os amigos. Em Lisboa conquistou o público ao interpretar canções tradicionais da Beira Alta, envergando a capucha castanha, feita de burel, das serranas e exibindo a pronúncia da região de Viseu. No ano seguinte fez um aplaudido travesti na peça “João Ninguém” e rapidamente obteve sucesso em revistas e operetas. Em 1941 casou com Vasco Santana e formou uma dupla de enorme êxito. Alguns anos mais tarde e depois de uma dolorosa e algo escandalosa separação, a nossa Mirita, passou a ser mal vista, no meio teatral e a sua carreira começou a desmoronar-se. Em Março de 1956 tentou a sua sorte no Brasil, para onde foi trabalhar e viver, sem grande nota. No ano de 1964 voltou a Portugal para trabalhar no Teatro Experimental de Cascais. Em Janeiro de 1966, inaugurou uma nova fase do seu trabalho, estreou-se em “A Casa de Bernarda Alba”, de Frederico Garcia Lorca.
Voltou ao teatro mais popular e apesar de ter participado em vários projectos vocacionados para a fazer brilhar, “A Maluquinha de Arroios” – 1966 e “O Comissário de Polícia” – 1968, não conseguiu recuperar o anterior fulgor.
A fatalidade bateu-lhe à porta, em 12 de Novembro de 1968, no Porto onde sofreu um grave acidente de viação. Impossibilitada de volta ao palco e deprimida acabou por desistir de viver, em 25 de Março de 1970, na sua residência em Cascais.
O filme “Maria Papoila” estreou-se em 15 de Agosto de 1937, no São Luís, em Lisboa:
“(...) Nessa história da pastora beirã que vem para sopeira em Lisboa, Leitão de Barros, consegui, em grande parte devido à genial criação de Mirita Casimiro (...), um retrato admirável da oposição do mundo rural, mundo da pequena burguesia urbana, com pinceladas fulgurantes para o microcosmos dos grandes pilares da ordem portuguesa de então: a família (quer da casa de Maria Papoila quer na do namorado), o exército (o rapaz dela é magala) e a Justiça, com a magistral sequência em que Maria Papoila se apresenta no Tribunal para salvar o magala, com o sacrifício da sua “honra”.”
João Bénard da Costa, in “Histórias do Cinema”, I.N.C. Moeda, 1991.
O filme termina no “quimboio” com o regresso à serra da Maria Papoila “mai´lo” seu “conbersado”, o magala Eduardo, o seu “Binte e Nobe”, e com a canção de Alberto Barbosa, José Galhardo e Vasco Santana, com música de Raúl Ferrão que soa assim:
Despedi-me das obelhas/Do meu pai, das casas belhas/Do lugar onde eu nasci (...)
“Maria Papoila” – 1937, Nº 7 da Colecção Anos de Ouro do Cinema Português – Livro e DVD, Realizador – Leitão de Barros, Textos – Fátima Lopes Cardoso e João Gobern, Design Gráfico – Luís Paixão, Capa – Tux & Gil publicidade, Fotografia – Lusomundo Audiovisuais e Colecção Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, DVD – Editado por Lusomundo Audiovisuais, Produção e Edição – TV Guia, Fevereiro de 2006.