"As papoilas são flores com algum prestígio literário, símbolo de um decadentismo rebuscado e suspiroso, próprio de quem se põe à margem do turbilhão da vida. Dos frutos imaturos de uma delas (Papaver somniferum) extrai-se o ópio, alucinogénio já conhecido na Grécia antiga mas de que o consumo só se vulgarizou no Ocidente durante a época vitoriana. O escritor Thomas De Quincey (1785-1859), que manteve o vício durante toda a sua vida adulta, descreveu nas suas Confissões de um opiómano inglês a agonia física e mental e a distorção do senso espacial e temporal provocadas pelo ópio." (...)